Alvo da PF, Ramagem é casado com cearense e foi nomeado superintendente no Ceará, mas não assumiu

Rebeca Ramagem, esposa do deputado, é procuradora e apoiava publicamente o presidente Bolsonaro nas redes sociais. Nomeação de Alexandre na PF foi revista

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), investigado pela Polícia Federal sob suspeita de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), é casado com a cearense Rebeca Ramagem Rodrigues, nascida em Fortaleza, e já recebeu uma nomeação para superintendente regional da Polícia Federal no Ceará, porém não chegou a assumir.

A esposa de Ramagem é atualmente procuradora do Estado de Roraima, mas já exerceu o cargo de delegada civil do mesmo estado. Em 2020, ela ganhou destaque na mídia por defender o impeachment do então governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e criticar o presidente da Câmara dos Deputados, na época, Rodrigo Maia (PSDB).

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Além disso, Rebeca defendeu a campanha #jejumpeloBrasil, na qual o então presidente Jair Bolsonaro (PL) propôs um jejum religioso contra a pandemia. Ainda no período de isolamento social, ela apoiou atos públicos pró-Bolsonaro.

Já a nomeação do deputado para a superintendência da Polícia Federal do Ceará ocorreu em 2019, mas foi revista antes da posse. Ramagem não chegou a assumir e tornou-se assessor especial da Secretaria de Governo da Presidência da República de Bolsonaro. A vaga na PF do Ceará ficou com o delegado federal Dennis Cali.

Logo após, Alexandre foi designado para Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atuação que é alvo da operação “Vigilância Aproximada”.

Investigação

A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira, 25, série de mandados de busca e apreensão no âmbito da investigação que apura crimes de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Dentre os alvos, está o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a Agência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

As buscas ocorreram no gabinete de Ramagem e no apartamento funcional do deputado na Câmara. Além disso, também foi investigada uma residência do político na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Ao todo, serão 21 mandados, sendo 18 em Brasília, dois em Minas Gerais e um no Rio. A PF apura o monitoramento ilegal de autoridades públicas e civis, por meio do uso de ferramentas de geolocalização em celulares, tables e outros dispositivos móveis.

O software usado se chama FirstMile e teria como foco políticos, jornalistas, advogados e adversários de Bolsonaro.

Após a divulgação, a PF informou que os dados foram utilizados “para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações”.

Essa operação, denominada de “Vigilância Aproximada”, foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e é a continuação da Operação Última Milha, de outubro de 2023.

Os investigados poderão responder por invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas.

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