Abin de Ramagem pode ter realizado operação para inocentar Jair Renan
Jair Renan Bolsonaro estava sendo investigado por tráfico de influência em 2020. Polícia Federal alegou que interferências da Abin prejudicaram a operaçãoA Agência Brasileira de Inteligência (Abin), então sob o comando do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), pode ter montado uma operação paralela para desvincular o filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, de uma investigação sobre tráfico de influência.
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Os indícios estão sendo apurados pela Polícia Federal e se referem a um negócio que Jair Renan geria com o sócio, Allan Lucena, em 2020. Na época, a influência da Abin já havia sido levantada.
Segundo apurado pela revista Veja, o filho de Bolsonaro solicitou uma reunião ao gabinete da Presidência, para discutir interesses comerciais de um de seus patrocinadores.
O relato da imprensa levou a PF a iniciar uma investigação que, segundo elementos encontrados pela Polícia, foi prejudicada pela Abin. As tentativas da Agência seriam de retirar a responsabilidade de Renan e incriminar o ex-sócio, seguindo os passos dele.
Segundo um dos integrantes da Abin, flagrado pela Polícia Militar do Distrito Federal “espionando” o sócio de Renan, as ordens partiram de um auxiliar de Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Agência.
A missão seria a de levantar informações sobre um carro elétrico doado a Renan e a Allan Lucena por um “empresário do Espírito Santo com interesses no governo”. Após a descoberta da operação da Abin, o ex-sócio devolveu o veículo o que, segundo a PF, atrapalhou as investigações.
"A referida diligência, por lógica, atrapalhou as investigações em andamento posto que mudou o estado de ânimo do investigado", informou a PF. A Polícia ainda citou que a interferência pode ter feito com que versões fossem combinadas entre os dois acusados.
Monitoramento ilegal
Alexandre Ramagem está sendo investigado, nesta quinta-feira, 25, por um possível envolvimento com um programa de monitoramento ilegal utilizado pela Abin durante sua gestão. O software, chamado FirstMile, teria como foco políticos, jornalistas, advogados e adversários de Bolsonaro.
Além disso, dois filhos de Jair Bolsonaro teriam sido favorecidos diretamente pelos dados, sendo eles Renan e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O senador negou as acusações, chamando-as de "um completo absurdo”. “É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro”, disse.
Já a resposta de Jair Renan veio para o jornal O Globo, por meio do advogado Admar Gonzaga, que disse que não teve acesso à investigação, chamando-a de “especulação da imprensa”.
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