Caso Marielle: Delação de Ronnie Lessa aponta conselheiro do TCE Domingos Brazão como mandante

Ex-policiais fecharam acordo de delação que podem levar ao conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro

A delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa teria apontado o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão como suposto mandante da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Lessa é apontado como autor dos disparos.

A informação foi publicada primeiro por The Intercept. Antes, a jornalista Juliana Dal Piva, do ICL Notícias, noticiou que o mandante do crime teria foro privilegiado, possibilidade que havia sido levantada pelo O Globo.

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A delação precisa ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso está com o ministro cearense Raul Araújo.

O inquérito subiu da Justiça do Rio de Janeiro para o STJ em outubro do ano passado, após surgirem novas suspeitas sobre a participação de Brazão no crime. Ele possui foro privilegiado, o que dá prerrogativa de ser julgado no STJ.

A delação premiada é um mecanismo penal pelo qual o réu recebe benefício em troca da colaboração com o Estado, seja na resolução ou na prevenção de crimes, por exemplo. No caso de Marielle, o mesmo acordo havia sido feito com o também ex-PM, Élcio de Queiroz.

Possível nome

Ex-policial assim como Ronnie Lessa, Élcio confessou ter sido o motorista do carro utilizado na emboscada contra a vereadora. Na ocasião da delação, ele afirmou que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão, estava envolvido no crime.

O conselheiro já foi investigado em uma operação da PF que visava descobrir se a Polícia Civil do Rio de Janeiro havia agido de forma correta na apuração do caso de Marielle. Nesse caso, nada de concreto foi encontrado contra Brazão.

Antes do STJ, as informações da delação de Lessa ainda deverão ser analisadas e confirmadas pelos agentes federais do Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise). A equipe cuida da elucidação de casos complexos e passou a cuidar do de Marielle e Anderson sob incumbência do delegado Leandro Almada, após ordens do então ministro da Justiça Flávio Dino e do presidente Lula (PT).

Lessa está preso desde 2019 e foi expulso da PM em fevereiro de 2023, por descumprimento de preceitos éticos e estatutários de membros da corporação.

O caso

Marielle Franco, então vereadora do Rio de Janeiro pelo Psol, e o motorista Anderson Gomes foram assassinados no dia 14 de março de 2018. O carro onde estava foi baleado. A parlamentar, segundo investigações da Polícia, foi atingida com quatro tiros na cabeça e Anderson com três nas costas.

 

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