Brazão nega que tenha mandado matar Marielle: "A PF está me fazendo sangrar"
Domingos Brazão foi apontado como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco na delação premiada de Ronnie Lessa, atirador no crime ocorrido em 2018Delatado pelo atirador de Marielle Franco, o ex-deputado Domingos Brazão afirma que não mandou matar a vereadora. A afirmação foi feita em entrevista ao portal Metrópoles nesta terça-feira, 23.
"Não mandei matar Marielle", garantiu. Além disso, ele disse viver um drama injusto. "Mas não tira mais meu sono". Brazão é citado nas investigações há mais de três anos. Nesta terça-feira, no entanto, seu nome voltou aos holofotes após o Intercept Brasil divulgar que Ronnie Lessa o aponta como mandante do crime em delação premiada.
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Para o ex-parlamentar, “ninguém lucrou mais com o assassinato da vereadora do que o próprio Psol”. Na ocasião, Brazão também disse não conhecer Lessa e Élcio Queiroz, motorista que confessou ter dirigido o carro para o atirador no dia do assassinato de Marielle e de Anderson Gomes.
Ao Metrópoles, o ex-deputado do Rio de Janeiro garantiu não ter medo da investigação e que o uso de seu nome pode ser uma estratégia dos executores do assassinato para proteger alguém.
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“Outra hipótese que pode ter é a própria Polícia Federal estar fazendo um negócio desse, me fazendo sangrar aí, que eles devem ter uma linha de investigação que vai surpreender todo mundo aí", afirmou Brazão.
Quem é Domingos Brazão
Conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, de 58 anos, é apontado por Lessa como um dos mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. As informações são do Intercept Brasil. O nome dele surgiu pela primeira vez em 2019 e voltou à tona no fim de 2023, na delação premiada do ex-PM Élcio Queiroz.
Ele foi deputado estadual por cinco mandatos seguidos, que não passaram ilesos de polêmicas e suspeitas de corrupção. Brazão é líder de um grupo político da zona oeste do Rio. Já foi acusado de improbidade administrativa, fraude, máfia dos combustíveis e envolvimento com milícias na compra de votos e formação de curral eleitoral.
Conforme apuração do Intercept, a motivação que teria colocado Brazão no comando do crime seria uma suposta vingança contra o ex-deputado Marcelo Freixo (PT), à época no Psol. Marielle trabalhou com o parlamentar por 10 anos e Brazão sempre entrou em disputas políticas com Freixo quando também integrava a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
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