Caso Marielle: quem é Domingos Brazão, possível mandante do crime
O ex-deputado foi citado como mandante do assassinato de Marielle Franco e Anderson Torres. Relembre a trajetória de Domingos Brazão
13:25 | Jan. 23, 2024
O conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão foi apontado como mandante do assassinato de Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. A declaração foi feita em delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa.
Brazão, 58, foi deputado estadual do Rio de Janeiro durante cinco mandatos consecutivos e é hoje conselheiro do TCE- RJ. Ele já havia sido citado no caso Marielle, acusado de interferir nas investigações.
Caso Marielle: quem é Domingos Brazão
Domingos Inácio Brandão nasceu em 7 de Março de 1965, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Filiado ao MDB, elegeu-se vereador do Rio, pela primeira vez, em 1996.
Nas eleições seguintes, ele se candidatou como deputado estadual do Rio de Janeiro, sendo eleito com 27.287 votos. Em 2002 e 2006 ele foi reeleito para o cargo.
Nas eleições de 2010, Domingos foi eleito novamente, e permaneceu no cargo até 2015. Em abril de 2015, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro o elegeu para ser um dos sete conselheiros vitalícios.
Leia mais: Caso Marielle teve mais 5 mortes após vereadora e motorista e nenhuma solucionada
Domingos Brazão tem trajetória polêmica
Em 2004, quando era deputado estadual, uma gravação indicou o envolvimento de Brazão e do ex-deputado Alessandro Calazans com a máfia dos combustíveis. O caso envolvia licenças ambientais da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) para funcionamento de postos de gasolina.
Já em 2014, a radialista e então deputada estadual Cidinha Campos processou Domingos Brazão por ameaça. Em discussão entre os dois, Brazão teria dito que "já matou vagabundo, mas vagabunda ainda não", fazendo referência à deputada.
Domingos foi afastado do TCE após ser preso em 2017, suspeito de fraude e corrupção no tribunal, como parte da Operação Quinto do Ouro, um dos desdobramentos da Operação Lava-Jato no Rio.
Em março do ano passado, a 13ª Câmara de Direito Privado determinou o retorno de Brazão ao TCE-RJ por 2 votos a 1.
Domingos Brazão tem desavenças políticas com Marcelo Freixo
Uma das hipóteses sobre os motivos do assassinato de Marielle seria a desavença política de Brasão com Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo Psol, que hoje é filiado ao PT, segundo o The Intercept Brasil. Freixo trabalhou com Marielle por 10 anos até ela ser eleita vereadora, em 2016.
Em 2008, Domingos Brazão foi citado no relatório final da CPI das Milícias, que investigou a ação de milícias em todo o País. A comissão era presidida por Marcelo.
O deputado também teve papel fundamental na Operação Cadeia Velha, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2017, meses antes do assassinato de Marielle. Na ocasião, nomes fortes do MDB no estado foram presos.