Deputado bolsonarista defende Luizianne e critica Camilo sobre acesso a evento com Lula

O deputado Carmelo Neto foi indicado para presidir o PL no Ceará e é um dos nomes mais próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro no Estado; Ele fez críticas ao grupo governista;

19:30 | Jan. 21, 2024

Por: Vítor Magalhães
Carmelo Neto, deputado estadual pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, solidarizou-se com a deputada federal Luizianne Lins (PT) após polêmica envolvendo visita de Lula ao Ceará (foto: AURÉLIO ALVES)

O deputado estadual e presidente do PL no Ceará, Carmelo Neto (PL), solidarizou-se com a deputada federal Luizianne Lins (PT), após a assessoria da parlamentar informar que ela não compareceu à agenda do presidente Lula (PT), na última sexta, 19, em Fortaleza, por ter sido barrada de subir ao palco em uma passagem anterior do líder petista pela Capital.

“Tenho todas as diferenças com a deputada e ex-prefeita Luizianne Lins, mas é preciso reconhecer que a maneira como o PT a trata, sob a liderança de Camilo Santana (ministro da Educação), é excessivamente desprezível”, disse Carmelo, tecendo críticas ao grupo governista que governa o Estado há 17 anos, com as gestões Cid Gomes, Camilo, Izolda Cela e Elmano de Freitas.

O parlamentar continuou: “Não sei como ainda tem figura da política cearense se estapeando para fazer parte deste grupo, que até os mais ferrenhos defensores, humilha e descarta de maneira constrangedora. A ingratidão é o pior dos sentimentos. E nunca esqueça: quem é ingrato com um, pode ser com qualquer outro. Você, que é aliado de Camilo, Elmano e Lula no Ceará, pode ser o próximo”, alertou o deputado que é uma das figuras mais próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Ceará.

Evento com Lula

Nesta sexta, 19, Luizianne não compareceu a evento no qual Lula inaugurou a pedra fundamental do novo campus do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) no Ceará. Segundo assessoria da parlamentar, o motivo foi o tratamento recebido em evento anterior com o presidente, coordenado pelo Ministério da Educação (MEC), pasta comandada pelo ministro e ex-governador cearense Camilo Santana (PT). A petista alegou "violência política".

“A a ausência da parlamentar se deve ao fato de que, no último evento com a presença de Lula no Ceará, coordenado pelo Ministério da Educação, ela foi impedida de entrar no acesso das autoridades e proibida de subir no palco onde estava o presidente", diz a nota, que segue: "A deputada não irá se submeter a isto novamente, pois já basta de tanta violência política contra ela, que sempre foi apoiadora do presidente Lula".

Luizianne é uma das cinco pré-candidaturas já postas pelo PT para disputa das eleições de 2024, em Fortaleza. Outros pré-candidatos estiveram no evento com Lula. Evandro Leitão (PT), presidente da Assembleia Legislativa, sentou em um assento no palco, próximo a Lula e outras autoridades. Já os deputados estaduais Larissa Gaspar e Guilherme Sampaio ficaram em local distinto, na plateia à frente do palco.

O Caso

O caso citado na nota remete à primeira visita de Lula ao Ceará no atual mandato, em maio de 2023. Na ocasião, o presidente lançou o programa de Escolas de Tempo Integral em nível federal. Daquela vez, Luizianne teve a entrada inicialmente não liberada.

À época, a visita de Lula em Fortaleza começou com passagem pela Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Johnson, no bairro Luciano Cavalcante. Luizianne foi diretamente para o Centro de Eventos, onde ocorreria a solenidade principal de lançamento do programa. A petista chegou antes do início do evento e conversou com a imprensa.

Em seguida, passou pela entrada destinada a autoridades. Lula chegou acompanhado da comitiva que esteve na escola, com Camilo e o governador Elmano de Freitas (PT). Eles foram direto para o palco. Luizianne, porém, que havia ido pela entrada designada a autoridades, não teve acesso ao palco inicialmente liberado. Com o evento já no início, colocaram uma cadeira na ponta e liberaram o acesso da deputada petista.