Érika Hilton pede ao IFCE que recue de demissão de professora trans
A parlamentar pede ao Instituto que a demissão da docente Êmy Virgínia seja reavaliadaA deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) enviou ofício ao reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Wally Menezes, em que questiona a demissão da professora Êmy Virgínia, uma mulher trans. Virginia lecionava no curso de Letras desde 2016. A professora afirmou ao O POVO que respeitou todas as aulas, razão pela qual seus alunos não teriam do que reclamar dela.
Erika afirma no ofício que o afastamento de Virgínia para cursar disciplinas do doutorado realizado na Universidad de La República de Uruguay deveriam ser motivo de orgulho para o IFCE. "Não houve qualquer prejuízo ao corpo discente na conduta da Professora, que prontamente fez, de forma antecipada, a reposição de todas as aulas, cumprindo sua obrigação de alimentar os registros administrativos", argumentou a deputada.
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E adicionou: "Os alunos, inclusive, massivamente se colocaram a favor da Professora, atestando seu profissionalismo e qualidade na atividade docente, através de abaixo-assinado que reuniu mais de 300 alunos e alunas!" A deputada afirmou temer que a motivação central para a demissão seja a transfobia e sua "face institucional".
Érika, então, faz solicitações ao IFCE: que a demissão seja reavaliada; que a auditoria interna da instituição investigue a regularidade do PAD; verifique qual apoio e orientações foram dadas à docente para a realização do doutorado ou defesa pessoal no PAD; por último, que a reitoria esclareça quais são as políticas de permanência de pessoas trans na instuição.
Em entrevista ao O POVO, Virgínia afirmou que "poderiam ter me dado advertências, gerado uma suspensão, mas eles optaram por assinar a minha demissão”.
O IFCE, em contrapartida, emitiu nota segundo a qual alega "inassiduidade habitual" da profissional, em decorrência de 78 dias intercalados em que ela esteve ausente. O Instituto adiciona que o PAD foi conduzido por comissão independente e seguiu as diretrizes da legislação brasileira.