Procurada pelo FBI, Patrícia Lélis deixa escapar localização: "Governo sabe"

Patrícia gravou a tela do seu aparelho celular com objetivo de mostrar aos usuários as supostas mensagens que estava recebendo de um jornalista norte-americano

15:48 | Jan. 17, 2024

Por: Luíza Vieira
Sendo procurada pelo FBI Patrícia Lélis deixa vazar localização: Governo sabe (foto: Reprodução/ Twitter )

A jornalista brasileira Patrícia Lélis entrou na mira da polícia federal dos Estados Unidos, FBI, por suspeita de fraude milionária. Os golpes, avaliados em R$ 3,4 milhões, tinham como alvo pessoas que adentravam no país. Nesta quarta-feira, 17, a brasileira deixou escapar a sua localização após publicar a gravação da tela do seu celular nas redes sociais. Nas imagens é possível ver a temperatura para a localidade Cuauhtémoc, no México.

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Horas depois, após ser confrontada por internautas, ela escreveu no X, antigo Twitter, que o governo já sabia do seu paradeiro.

“Mds, a mulher sendo procurada pelo FBI e vaza a localização dela”, escreveu um internauta após a publicação do vídeo.

Em resposta, Lélis escreveu: “Tem que ser MUITO burro para achar que o governo já não sabe. Não entrei em nenhum país de forma ilegal. Entrei com meus documentos. Vai ser burro na casa do caralho”.

Em outra mensagem na conversa, a jornalista disse estar “calmíssima, na praia inclusive”.

“Seria o primeiro caso de fuga com a pessoa na internet”, ironizou ela, posteriormente.

Patrícia gravou a tela do seu aparelho celular com objetivo mostrar aos usuários as supostas mensagens que estava recebendo de um jornalista norte-americano.

Entenda o caso

De acordo com a justiça do país norte-americano, Patrícia prometia conseguir auxílio aos imigrantes para conseguir a obtenção de vistos E-2 e EB-5, documentos que autorizam a moradia legal nos Estados Unidos.

Em nota divulgada na última sexta-feira, 12, a justiça do país norte-americano informou que a brasileira de 29 anos teria se passado por advogada para aplicar os golpes.

Conforme a denúncia, em setembro de 2021, Lélis teria entrado com contato com um imigrante para auxiliar na obtenção do visto para os pais dele. A vítima teria realizado os pagamentos, totalizando mais de US$ 135 mil dólares, cerca de R$658 mil reais na cotação atual.

Ainda segundo a justiça norte-americana, a jornalista teria dito que esses valores seriam para investimentos imobiliários no estado do Texas, ao sul dos Estados Unidos.

Contrariando a justificativa de Lélis, a acusação apontou que o dinheiro foi utilizado para que a jornalista comprasse a casa própria na cidade de Arlington, no Texas, e para reformas de banheiros e pagamentos de despesas individuais como dívidas de cartão de crédito.

Para que o esquema funcionasse, Patrícia se apresentava como advogada, mas, conforme a justiça americana, não é licenciada, apresentou à vítima um documento falso com o número de um processo a qual era, supostamente, responsável.

Além do golpe financeiro, a acusação afirma que a brasileira falsificou formulários imigração, forjou assinaturas e criou falsos recibos de um suposto projeto de investimento do Texas, que teriam sido mostrados à vítima por e-mail.

A jornalista também criou pessoas ligadas a esse investimento e convenceu amigos a se passarem por funcionários desse projeto em vídeo, chamadas e ligações, na intenção de conseguir mais dinheiro.

Um dos alvos de Patrícia havia se recusado a pagar os valores cobrados, com isso, ela começou a ameaçar os pais da vítima de remoção do país e os encaminhou para uma agência de cobranças.

No total, a jornalista é acusada de fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado. Se ela for condenada, somadas as penas, Lélis pode ter 30 anos de prisão.

A nota da justiça informa que a brasileira não está sob custódia policial e que, quem tiver informações pode entrar em contato com o gabinete do FBI em Washington, capital do país.

Por meio das redes sociais, a jornalista disse que já informou onde está como “exilada política”.

“Foram meses de perseguições e falsas acusações. Meu suposto crime: Não aceitei que me fizessem de bode espiatorio (sic) contra aqueles que considero como meus irmãos por cultural e principalmente por lado político e sim, "roubei" todas as provas que puder para mostrar o meu lado da história e garantir minha segurança. E esses documentos já foram entregues ao governo que me garantiu asilo político”, escreveu.

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