Patrícia Lelis, procurada pelo FBI, diz que não deve explicações sobre fraude milionária

De acordo com a justiça, Patrícia prometia conseguir auxílio aos imigrantes para conseguir a obtenção de vistos E-2 e EB-5, documentos que autorizam a moradia legal nos Estados Unidos

14:16 | Jan. 17, 2024

Por: Luíza Vieira
Patrícia Lelis, procurada pelo FBI, diz que não deve explicações sobre fraude milionária (foto: Reprodução/ Instagram- Patrícia Lelis )

Após entrar na mira da polícia federal dos Estados Unidos, FBI, a jornalista brasileira Patrícia Lélis, de 29 anos, afirmou que não deve explicações por suspeita de fraude avaliada em R$ 3,4 milhões. A declaração foi feita nesta quarta-feira, 17, no X, antigo Twitter, de Lélis.

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Na publicação, a jornalista enumera e esclarece algumas questões que os internautas “precisam entender”.

“Eu não devo explicações para ninguém aqui, eu nem sei quem vocês são”, disse. “Estou protegida em outro país, entreguei os documentos que tenho e estou sendo representada por um dos melhores advogados do país”, escreveu.

Veja

Vocês precisam entender que:
1- Twitter não é justiça.
2- Eu não devo explicações para ninguém aqui, eu nem sei quem vocês são.
3- Estou protegida em outro país, entreguei os documentos que tenho e estou sendo representada por um dos melhores advogados do país.
4- De ontem para…

— Patrícia Lélis (@lelispatricia) January 16, 2024

Caso seja condenada pela justiça, Lélis responderá pelos seguintes crimes:

  • Fraude eletrônica,
  • Transações monetárias ilegais
  • Roubo de identidade agravado.

Patrícia é procurada pelo FBI

A jornalista Patrícia Lélis entrou na mira da polícia federal dos Estados Unidos, FBI, por suspeita de fraudes contra imigrantes. Os golpes aplicados chegavam a US$ 700 mil dólares, cerca de R$ 3,4 milhões de reais. Em nota divulgada na última sexta-feira, 12, a justiça do país norte-americano informou que a brasileira de 29 anos teria se passado por advogada para aplicar os golpes.

De acordo com a justiça, Patrícia prometia conseguir auxílio aos imigrantes para conseguir a obtenção de vistos E-2 e EB-5, documentos que autorizam a moradia legal nos Estados Unidos.

Conforme a denúncia, em setembro de 2021, Lélis teria entrado com contato com um imigrante para auxiliar na obtenção do visto para os pais dele. A vítima teria realizado os pagamentos, totalizando mais de US$ 135 mil dólares, cerca de R$658 mil reais na cotação atual.

Ainda segundo a justiça norte-americana, a jornalista teria dito que esses valores seriam para investimentos imobiliários no estado do Texas, ao sul dos Estados Unidos.

Contrariando a justificativa de Lélis, a acusação apontou que o dinheiro foi utilizado para que a jornalista comprasse a casa própria na cidade de Arlington, no Texas, e para reformas de banheiros e pagamentos de despesas individuais como dívidas de cartão de crédito.

Para que o esquema funcionasse, Patrícia se apresentava como advogada, mas, conforme a justiça americana, não é licenciada, apresentou à vítima um documento falso com o número de um processo a qual era, supostamente, responsável.

Além do golpe financeiro, a acusação afirma que a brasileira falsificou formulários imigração, forjou assinaturas e criou falsos recibos de um suposto projeto de investimento do Texas, que teriam sido mostrados à vítima por e-mail.

A jornalista também criou pessoas ligadas a esse investimento e convenceu amigos a se passarem por funcionários desse projeto em vídeo, chamadas e ligações, na intenção de conseguir mais dinheiro.

Um dos alvos de Patrícia havia se recusado a pagar os valores cobrados, com isso, ela começou a ameaçar os pais da vítima de remoção do país e os encaminhou para uma agência de cobranças.

No total, a jornalista é acusada de fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado. Se ela for condenada, somadas as penas, Lélis pode ter 30 anos de prisão.

A nota da justiça informa que a brasileira não está sob custódia policial e que, quem tiver informações pode entrar em contato com o gabinete do FBI em Washington, capital do país.

Por meio das redes sociais, a jornalista disse que já informou onde está como “exilada política”.

“Foram meses de perseguições e falsas acusações. Meu suposto crime: Não aceitei que me fizessem de bode espiatorio (sic) contra aqueles que considero como meus irmãos por cultural e principalmente por lado político e sim, "roubei" todas as provas que puder para mostrar o meu lado da história e garantir minha segurança. E esses documentos já foram entregues ao governo que me garantiu asilo político”, escreveu. 

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