Caucaia: Figueiredo confirma convite a ex-prefeito Zé Gerardo para se filiar ao PDT
Zé Gerardo foi prefeito de Caucaia (1997-2000) e exerceu três mandatos como deputado federal pelo Ceará entre 1995 e 2011
15:42 | Jan. 12, 2024
O presidente nacional em exercício do PDT, deputado federal cearense André Figueiredo, confirmou ao O POVO que convidou o ex-prefeito de Caucaia e ex-deputado federal Zé Gerardo Arruda para se filiar ao partido, e que a sinalização do colega foi positiva.
Figueiredo destacou a intenção de fazer a sigla crescer na cidade, que representa o segundo maior colégio eleitoral do Ceará. A tendência é de que Zé Gerardo se filie e, possivelmente, seja pré-candidato à prefeitura de Caucaia nas eleições de 2024.
“O PDT em Caucaia está praticamente acéfalo. Estamos querendo buscar lideranças que, efetivamente, possam fazer o PDT, no segundo maior município do Estado (em termos eleitorais), ser resgatado. O ex-deputado Zé Gerardo Arruda é muito bem-vindo, sinalizou positivamente ao nosso convite, e deverá se filiar ao PDT”, confirmou o dirigente pedetista em agenda na Câmara de Fortaleza (CMFor).
Nesta semana, circulou uma foto de Figueiredo ao lado de Zé Gerardo e do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT). O encontro gerou rumores sobre eventual filiação e possível pré-candidatura da legenda naquela cidade. A foto foi publicada num momento em que o atual prefeito de Caucaia, Vitor Valim (PSB) anunciou que não disputaria a reeleição, fazendo com que o cenário eleitoral ficasse ainda mais aberto para este ano.
Histórico
Zé Gerardo foi prefeito de Caucaia (1997-2000) e exerceu três mandatos como deputado federal pelo Ceará entre 1995 e 2011. O cearense foi o primeiro deputado federal condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), desde a promulgação da Constituição em 1988. A condenação ocorreu em 2010, quando Zé Gerardo era deputado pelo então PMDB.
No entanto, o crime de responsabilidade ocorreu quando o político ainda era prefeito de Caucaia. A condenação se deu por aplicação irregular de recursos (R$ 500 mil) provenientes de convênio com o Ministério do Meio Ambiente. A Justiça entendeu que o então prefeito usou a verba federal, que havia sido destinada para a construção de um açude público, para um fim distinto, no caso, a construção de passagens molhadas.
O relator à época havia proposto prisão de pouco mais de dois anos, convertida no pagamento de multa e serviços a serem prestados à comunidade, que seriam posteriormente definidos por um juiz de primeira instância. À época, a defesa do político negou que o gestor tivesse cometido irregularidades.
“O próprio Tribunal de Contas da União (TCU) tem entendimento de que nesses casos a responsabilidade não é do prefeito. A assinatura do convênio pura e simples não faz dele responsável por sua execução”, posicionou-se o advogado do gestor na ocasião.
Em 2022, ele chegou a apresentar candidatura para deputado pelo PL, mas renunciou. Já em 2020, Gerardo chegou a se candidatar a prefeito de Caucaia pelo MDB, mas retirou a candidatura e apoiou a reeleição de Naumi Amorim (PSD).
Dias após anunciar a saída da corrida eleitoral, ele teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral, sendo enquadrado na Lei da Ficha Limpa. "Reconheço o vício de inelegibilidade decorrente de condenação criminal judicial transitada em julgado", apontou a Justiça na última eleição municipal.