Figueiredo se encontra com ex-prefeito Zé Gerardo e causa rumores de candidatura em Caucaia

Foto repercutiu como sinalização de possível pré-candidatura do partido em Caucaia. Zé Gerardo foi prefeito de Caucaia (1997-2000) e exerceu três mandatos como deputado federal pelo Ceará entre 1995 e 2011

As especulações sobre pré-candidaturas em Caucaia ganharam um novo componente na última quarta-feira, 10, após circular uma foto de lideranças do PDT cearense com o ex-prefeito Zé Gerardo Arruda, sinalizando uma aproximação que pode render um novo pré-candidato no segundo maior colégio eleitoral do Ceará. Na foto, aparecem, ao lado de Arruda, o deputado federal e presidente nacional interino do PDT, André Figueiredo, e o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT).

“Hoje recebemos o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, o ex-prefeito de Caucaia e ex-deputado federal José Gerardo Arruda, além do amigo Oswaldo para uma proveitosa conversa sobre 2024”, escreveu André em postagem nas redes sociais. O PDT passará por uma reestruturação em diversas cidades, visando as eleições de 2024, após racha interno que culminou no anúncio da saída de mais de 40 prefeitos ligados ao senador Cid Gomes.

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No encontro de André, RC e Zé Gerardo, o parlamentar disse que foi discutido “o futuro de Caucaia”, tendo em vista a importância estratégica do município para o Estado. “Temos trabalhado pela melhoria da qualidade de vida do povo cearense, acompanhando todos os cenários município a município, reconhecendo a importância de um olhar especial pelo povo caucaiense. Vamos caminhar juntos por uma Caucaia mais justa e próspera”, completou.

O POVO entrou em contato com interlocutores ligados a Figueiredo para saber se Gerardo está filiado ou pretende se filiar ao partido para a disputa de 2024. Quando houver retorno, a matéria será atualizada. 

Histórico

Zé Gerardo foi prefeito de Caucaia (1997-2000) e exerceu três mandatos como deputado federal pelo Ceará entre 1995 e 2011. O cearense foi o primeiro deputado federal condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), desde a promulgação da Constituição em 1988. A condenação ocorreu em 2010, quando Zé Gerardo era deputado pelo então PMDB.

No entanto, o crime de responsabilidade ocorreu quando o político ainda era prefeito de Caucaia. A condenação se deu por aplicação irregular de recursos (R$ 500 mil) provenientes de convênio com o Ministério do Meio Ambiente. A Justiça entendeu que o então prefeito usou a verba federal, que havia sido destinada para a construção de um açude público, para um fim distinto, no caso, a construção de passagens molhadas.

O relator à época havia proposto prisão de pouco mais de dois anos, convertida no pagamento de multa e serviços a serem prestados à comunidade, que seriam posteriormente definidos por um juiz de primeira instância. À época, a defesa do político negou que o gestor tivesse cometido irregularidades.

“O próprio Tribunal de Contas da União (TCU) tem entendimento de que nesses casos a responsabilidade não é do prefeito. A assinatura do convênio pura e simples não faz dele responsável por sua execução”, posicionou-se o advogado do gestor na ocasião.

Em 2022, ele chegou a apresentar candidatura para deputado pelo PL, mas renunciou. Já em 2020, Gerardo chegou a se candidatar a prefeito de Caucaia pelo MDB, mas retirou a candidatura e apoiou a reeleição de Naumi Amorim (PSD).

Dias após anunciar a saída da corrida eleitoral, ele teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral, sendo enquadrado na Lei da Ficha Limpa. "Reconheço o vício de inelegibilidade decorrente de condenação criminal judicial transitada em julgado", apontou a Justiça na última eleição municipal.

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