Lula defende padre Júlio: "Dedica sua vida a seguir o exemplo de Jesus"

A intitulada CPI das ONGs, de autoria do vereador Rubinho Nunes (União), visa apurar a conduta de Lancellotti na cracolândia e a relação dele com as entidades

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou seu perfil no X, antigo Twitter, nesta quinta-feira, 4, para demonstrar apoio ao padre Júlio Lancellotti. O sacerdote, famoso por ações de assistência à população de rua em São Paulo, é alvo de vereadores de direita da capital paulista que querem abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra ele. Lula não citou o movimento dos vereadores.

"Graças a Deus a gente tem figuras como o padre Júlio, na capital de São Paulo, que há muitos e muitos anos dedica a sua vida para tentar dar um pouco de dignidade, respeito e cidadania as pessoas em situação de rua. Que dedica sua vida a seguir o exemplo de Jesus", declarou o presidente da República.

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"Seu trabalho e da Diocese de São Paulo são essenciais para dar algum amparo a quem mais precisa", completou Lula.

Veja

Mais cedo nesta quinta, a arquidiocese de São Paulo disse em nota estar perplexa com a iniciativa dos vereadores. Na quarta, foi divulgada a notícia de que o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) havia conseguido assinaturas suficientes de colegas para criar o colegiado.

No mesmo dia, o religioso se manifestou acerca do assunto, afirmando que "é um direito" dos políticos instalarem a CPI. 

"A CPI é um instrumento legítimo, institucional, para investigar, principalmente, políticas públicas. É um direito que eles (vereadores de São Paulo) têm”, disse o religioso à Veja.

Instalação da CPI 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação do padre Júlio Lancellotti na região central de São Paulo tem previsão de ser instalada em fevereiro, período no qual a Câmara Municipal de São Paulo retomará as atividades legislativas.

A intitulada CPI das ONGs, de autoria do vereador Rubinho Nunes (União), visa apurar a conduta de Lancellotti na cracolândia e a relação dele com as entidades. O vereador articulou, junto à cúpula do Legislativo, uma negociação para instalação da CPI após ter conseguido as 24 assinaturas necessárias para protocolá-la.

A investigação pode interferir diretamente nas eleições municipais deste ano, visto que Lancellotti é próximo de Guilherme Boulos (Psol), um dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo.

 A legenda de Rubinho, União Brasil,pode apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB), ao mesmo tempo em que Kim Kataguiri, filiado à sigla, se coloca comopré-candidato. O partido tem entre seus filiadosMilton Leite, presidente da Câmara Municipal, principal liderança no estado.

As iniciativas de Rubinho têm sido alvo de críticas de representantes da esquerda. Os vereadores do PT Luna Zarattini e Hélio Rodrigues denunciaram Rubinho à Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo.Rubinho definiu que as entidades investigadas serão o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, e o coletivo Craco Resiste.

As duas defendem causas relacionadas à população em situação de rua e dependentes químicos da região central de São Paulo, assim como o padre.

Ele acrescentou que não faz parte do conselho da Bompar há 17 anos e que ocupava uma posição não remunerada no conselho deliberativo da entidade.

De acordo com Lancellotti, o vereador Rubinho e seus aliados “ficam personalizando e criminalizando para fugir do debate da questão” e que deveriam “convocar o prefeito (Ricardo Nunes) a Secretaria de Assistência Social, que têm o dinheiro público”.

Com Agência Brasil 

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