CPI começa a investigar em fevereiro relação entre padre Júlio Lancellotti e entidades
A investigação pode interferir diretamente nas eleições municipais deste ano, visto que Lancellotti é próximo de Guilherme Boulos (Psol), um dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo
14:06 | Jan. 03, 2024
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação do padre Júlio Lancellotti na região central de São Paulo tem previsão de ser instalada em fevereiro, período no qual a Câmara Municipal de São Paulo retomará as atividades legislativas.
A intitulada CPI das ONGs, de autoria do vereador Rubinho Nunes (União), visa apurar a conduta de Lancellotti na cracolândia e a relação dele com as entidades. O vereador articulou, junto à cúpula do Legislativo, uma negociação para instalação da CPI após ter conseguido as 24 assinaturas necessárias para protocolá-la.
A investigação pode interferir diretamente nas eleições municipais deste ano, visto que Lancellotti é próximo de Guilherme Boulos (Psol), um dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo.
A legenda de Rubinho, União Brasil, pode apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB), ao mesmo tempo em que Kim Kataguiri, filiado à sigla, se coloca como pré-candidato. O partido tem entre seus filiados Milton Leite, presidente da Câmara Municipal, principal liderança no estado.
As iniciativas de Rubinho têm sido alvo de críticas de representantes da esquerda. Os vereadores do PT Luna Zarattini e Hélio Rodrigues denunciaram Rubinho à Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo.
Rubinho definiu que as entidades investigadas serão o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, e o coletivo Craco Resiste. As duas defendem causas relacionadas à população em situação de rua e dependentes químicos da região central de São Paulo, assim como o padre.
A primeira é uma organização filantrópica vinculada à Igreja Católica, na qual o padre Júlio já foi conselheiro. A segunda, por sua vez, atua contra a violência policial na região da cracolândia.
Em dezembro, o pároco afirmou ao O Globo que não tem qualquer incidência sobre as entidades e não atua em projetos conjuntos com elas.
“Elas são autônomas, têm diretorias, técnicos, funcionários. A Câmara tem direito de fazer uma CPI, mas vai investigar e não vai me encontrar em nenhuma das duas”, pontuou.
Ele acrescentou que não faz parte do conselho da Bompar há 17 anos e que ocupava uma posição não remunerada no conselho deliberativo da entidade.
De acordo com Lancellotti, o vereador Rubinho e seus aliados “ficam personalizando e criminalizando para fugir do debate da questão” e que deveriam “convocar o prefeito (Ricardo Nunes) a Secretaria de Assistência Social, que têm o dinheiro público”.
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