Entenda por que Milei rejeitou entrada da Argentina no Brics
Apesar de ter rejeitado o convite para ingressar no bloco, Milei informou que manterá os laços comerciais com os cinco países do BricsO presidente da Argentina, Javier Milei, recusou, nesta sexta-feira, 29, o convite para integrar o Brics, grupo de países emergentes composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Por meio de carta enviada aos presidentes do bloco, o líder argentino informou que a adesão “não é mais oportuna” para o país e que a decisão foi tomada por diferenças em relação ao governo anterior, de Alberto Fernández.
“Algumas decisões tomadas pela administração anterior serão revistas, entre elas está a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país nos Brics", comunicou o líder argentino.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
A adesão da Argentina ao Brics tinha sido acordada durante encontro de cúpula do bloco em agosto, em Johanesburgo, África do Sul. À época, o país vizinho era presidido por Alberto Fernández. Caso não houvesse a desistência de Milei, a Argentina passaria a fazer parte do Brics a partir de 1º de janeiro de 2024.
"Como é de seu conhecimento, a postura da política externa do governo que estou no cargo há alguns dias difere em muitos aspectos da do governo anterior. Por isso, algumas decisões serão revistas" afirmou Milei no documento.
A carta foi endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O comunicado foi encaminhado por meio das embaixadas de cada nação no dia 22 deste mês.
A Argentina entraria no bloco a partir do dia 1° de janeiro de 2024. A chefe da pasta das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, havia mencionado a decisão em meados de novembro, por meio de publicação no X, antigo Twitter.
Em agosto deste ano, o Brics anunciou que o bloco seria ampliado, com isso, outros países foram convidados a participar do grupo. Além de Milei, outros chefes de Estado receberam o convite, foram eles:
- Mohammad bin Salman Al-Saud (Arábia Saudita)
- Mohammed bin Zayed Al Nahyan (Emirados Árabes Unidos)
- Abdul Fatah Khalil Al-Sisi (Egito)
- Ebrahim Raisi (Irã), Sahle-Work Zewde (Etiópia)
Atualmente, os argentinos são os principais parceiros do Brasil no Mercado Comum do Sul (Mercosul), no entanto, a movimentação para chegada dos novos parceiros foi liderada, principalmente pela China.
Apesar de ter rejeitado o convite para ingressar no bloco, Milei informou que manterá os laços comerciais com os cinco países do Brics.
"Desejo destacar o compromisso do meu governo com a intensificação dos laços bilaterais com o seu país, particularmente o aumento dos fluxos comerciais e de investimento", dizem as cartas enviadas aos países”, mencionou na carta encaminhada aos países.
Leia a íntegra da carta completa
"SENHOR PRESIDENTE:
Tenho o prazer de me dirigir a vocês a respeito do convite à República Argentina para aderir ao Grupo BRICS decidido na Cúpula de Joanesburgo em agosto passado.
Como sabem, a marca da política externa do Governo que presido há alguns dias difere em muitos aspectos do Governo anterior. Nesse sentido, algumas decisões tomadas pela gestão anterior serão revistas. Entre elas está a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país no BRICS, conforme indicou o ex-presidente Alberto Fernández em carta datada de 4 de setembro.
A este respeito, gostaria de informar que nesta fase a incorporação da República Argentina ao BRICS como membro pleno a pleno a partir de 1º de janeiro de 2024 não é considerada adequada.
Sem prejuízo disso, quero destacar o empenho do meu Governo na intensificação dos laços bilaterais com o seu país, em particular no aumento dos fluxos comerciais e de investimento.
Enquanto espero para me encontrar convosco, aproveito esta oportunidade para reiterar-vos os protestos da minha mais elevada consideração."
Siga o canal de Política do O POVO no WhatsApp
Leia mais
Suposto operador do PSDB vê na prescrição brecha para enterrar de vez ação da Lava Jato
Tarcísio pega empréstimo de US$ 480 milhões com o BID para melhoria de rodovias
Barroso manda Alagoas repassar R$ 703 milhões a 13 municípios da Grande Maceió
Presidente do PDT diz que Ministério da Previdência é "capenga" e cobra melhor tratamento do PT