Idilvan sobre possíveis destinos do grupo de Cid: "Alguns partidos não me cheiram bem"

Deputado criticou legendas como o Podemos, que "ora está com Bolsonaro, ora não" e destacou que não irá para partido que não tenha ideologia de esquerda. O deputado federal disse ainda que não pretende colocar o mandato em risco sem segurança jurídica

O deputado federal Idilvan Alencar (PDT) pregou cautela na esteira da saída do grupo de deputados e prefeitos, ligados ao senador Cid Gomes (PDT), que busca deixar o PDT sem perda de mandatos. Ligado politicamente a Cid, Idilvan questionou o eventual destino do grupo de parlamentares e afirmou que não pretende sair para partidos que não sejam de esquerda ou mesmo colocar o mandato em risco sem segurança jurídica.

“Fui para o PDT pelo histórico ligado à educação. Infelizmente, o PDT rachou sem volta quando não aceitou que a Izolda (Cela) fosse para a reeleição. De lá para cá, acontecimentos desagradáveis e essa indefinição. Então assim, alguns partidos, eu olho, e não me cheiram bem, não. Este Podemos, fico olhando, já esteve com Bolsonaro, ora está, ora não. O Republicanos; algumas coisas me dão muita insegurança”, disse em entrevista ao jornalista Farias Júnior, da Rádio CBN Cariri, nesta terça-feira, 26.

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E seguiu: “Gosto da história do PDT, mas sigo a liderança de Cid Ferreira Gomes. No momento é PSB (o destino preferido), mas eu também tenho minhas dúvidas se deputado pode sair do partido antes da janela (partidária). Não é questão bem resolvida. O André (Figueiredo, presidente do PDT) já disse que vai buscar o mandato de quem sair. E se eu tiver que colocar em risco meu mandato, não coloco. Sabe por quê? Porque esse mandato pertence às 187 mil pessoas que votaram em mim", reforçou Alencar.

O deputado cearense disse ainda que tem acompanhado as discussões e conversado com o senador sobre os rumos do grupo político, mas sem pressa ou afobação. "Não me aventuro a dizer, vou para partido A, B ou C. Agora, certamente, não vou para partidos que não tenham ideologia de esquerda. Sou um deputado de esquerda, que aposta na questão social, que está na base dos governos do presidente Lula (PT) e do governador Elmano de Freitas (PT). Quem votou em mim pensa dessa forma. Não vou para partido de direita nem de centro, não. Essa roupa não cabe em mim", concluiu.

Entre os partidos mais cotados para abrigar o grupo de Cid estão o PSB, liderado no Ceará pelo ex-deputado Eudoro Santana, pai do ministro da Educação Camilo Santana (PT); o Podemos e até o Republicanos. Alguns nomes do PDT já saíram, como o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, que se filiou ao PT neste mês. Prefeitos também tem saído do PDT antes de uma decisão oficial do grupo de Cid. A indefinição já se arrasta por semanas e só deve ser encerrada em janeiro de 2024.

O imbróglio entre alas divergentes do PDT já se arrasta há meses e deve seguir em 2024. A disputa coloca em lados opostos os irmãos Ferreira Gomes. Cid lidera grupo que quer se manter na base do governo estadual, enquanto o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) é uma das lideranças do grupo que defende uma oposição à gestão Elmano.

Além de Ciro, compõe este grupo o presidente nacional interino do PDT, deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), que já prometeu ir à Justiça pedir os mandatos de qualquer filiado que peça para sair utilizando-se de cartas de anuência consideradas "nulas" pela direção nacional pedetista. Nos últimos meses, André reforçou que Cid e os prefeitos podem até sair do partido, por tratar-se de mandato majoritário, mas que os deputados terão que aguardar 2026, caso contrário afirmou que lutará pela manutenção dos respectivos mandatos.

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