RC e Girão criticam Elmano por discurso para MST: 'Atitude de militante, não de governador'

Na ocasião, Elmano defendeu um trabalho de "conscientização política" de beneficiários de programas sociais e o lançamento de candidaturas do MST, já em 2024, para disputar contra o bolsonarismo e a extrema direita

O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT) e o senador cearense Eduardo Girão (Novo) fizeram duras críticas ao governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), após discurso do petista durante um encontro estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na última segunda-feira, 18. Na ocasião, Elmano defendeu um trabalho de “conscientização política” de beneficiários de programas sociais e o lançamento de candidaturas do MST, já em 2024, para disputar contra o bolsonarismo e a extrema direita.

RC criticou três elementos da fala. “O primeiro é quando o governador fala com a preocupação de fazer a cabeça da turma que vai ser beneficiária dessa política. Em outras palavras, transformar em eleitor do PT quem vai ter o direito a receber uma casa", alegou.

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"A segunda coisa é que ele encerra o primeiro ano com facções dominando, problemas na saúde, obras paradas, empresas fechando no interior e ao invés de governar está militando. O terceiro problema, comum quando a popularidade baixa, é arrumar a briga com inimigo para poder distrair o povo. No fim quem paga o preço desse tipo de atitude de militante e não de governador é o povo”.

Já Girão, foi à tribuna do Senado na última quarta-feira, 20, para comentar o tema. O parlamentar se disse surpreso pelo tom do discurso. “Um discurso agressivo, que destaco dois trechos. Abro aspas: ‘A direita quer voltar para aquilo que ela não fez, que é a destruição do PT, do MST. Mas antes que ela acabe conosco nós vamos acabar com eles’. Essa é realmente a volta do amor. Podemos considerar discurso de ódio? Intolerância?”.

E seguiu: “Ele agrava ainda mais, dizendo: ‘As 10,3 mil famílias não podem ser apenas beneficiárias do programa Minha Casa Minha Vida. Nós temos que ser capazes de transformá-las num novo sujeito político da sociedade (...) para dizer, fora daqui bolsonarismo’. É o governador do Ceará. Petista. Que foi advogado do MST”, pontuou.

Girão acusou Elmano de “desvio com fins politiqueiros de um programa social”. O parlamentar disse ainda que entraria com representação contra o governador junto à Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo Girão, será feito pedido de investigação por suposto abuso de poder político.

“O governador pode estar incurso também em crimes de responsabilidade, pois, de alguma forma, manipula o povo cearense beneficiário de casas populares, pessoas mais pobres, para a criação de um exército de agentes políticos a serviço deles, de quem está no poder, de quem tem essa ideologia, em especial o PT, ou seja, uma manipulação política e ideológica”, concluiu.

O evento

As falas de Elmano ocorreram durante o 34° Encontro Estadual do MST. Durante o discurso, Elmano destacou a necessidade de levar ao povo mais pobre o trabalho de "discussão política" ao mesmo tempo em que chegam as políticas públicas.

"Esse ano de 2024, vamos começar a construção de 10,3 mil unidades habitacionais. Serão 10,3 mil famílias que vão poder sonhar com sua casa. É um desafio enorme levantar essas casas, mas não é suficiente. Tão importante quanto, é fazer o trabalho de conscientização e preparação par as famílias que irão morar nessas casas. Para também garantir a segurança pública para essas familias, garantir a escola, mas também garantir consciência política", disse.

O petista reforçou: "Então nos temos a obrigação politica de visitar essas famílias, de buscar organizar politicamente essas famílias. Elas não podem ser apenas beneficiaras do Minha Casa Minha vida. Nós temos que ser capazes de transformar elas em um novo sujeito politico na sociedade. Da mesma forma que as famílias assentadas, quando chegam em Canindé, Tamboril, Crateús, ali está o MST e passa a ter uma nova vida política no município. Da mesma maneira, temos que trabalhar para que as famílias que estejam no Minha Casa Minha vida sejam um novo sujeito politico para dizer fora daqui bolsonarismo".

No evento, o governador ressaltou ainda seus laços de formação com o movimento e a parcela de contribuição em sua trajetória. “Sou governador do Ceará porque, entre outras coisas, eu fui formado no MST. Se tem alguém que não gosta, paciência, é a vida. Eu não vou, nunca, negar minha história; meus valores; de onde eu vim e de (onde) nunca sairei. Essa é minha casa".

O gestor defendeu ainda o diálogo com diversos atores, enquanto ocupante do cargo. "Aprendendo que quem é governador tem que dialogar com todo mundo. Com o MST, com a Federação da Indústria, com a Federação do Comércio; com o comerciário, com o grande, com o médio e com o pequeno. Conversar com todo mundo, ter política para o Ceará inteiro, mas nunca esquecendo de onde a gente veio, a quem a gente serve e para onde a gente quer ir”, destacou.

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