Prefeito de Acopiara é afastado pela 3ª vez; vice assume no mesmo dia

O prefeito já tinha sido afastado outras duas vezes sob acusações de corrupção

O prefeito de Acopiara, Antonio Almeida Neto (MDB), foi novamente afastado do cargo por 180 dias. Esta é a terceira vez que o gestor é alvo de afastamento solicitado pelo Ministério Público (MPCE) e deferido pelo Poder Judiciário. A ação foi cumprida na manhã desta quinta-feira, 21, sob a suspeita da prática de crimes de corrupção, fraude em licitações, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo servidores públicos e representantes de locação de veículos que prestam serviço.

Com o apoio da Polícia Civil, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão contra o prefeito, a secretária de Gabinete, a chefe da licitação e os empresários titulares das empresas, além de mandados de afastamento da função pública, por 180 dias, contra os agentes públicos. Além do prefeito, o chefe de Gabinete e a chefe do Setor de licitações também foram alvo da sanção. 

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A operação apreendeu documentos, telefones celulares, computadores encontrados na casa dos alvos, sócio das empresas. A pedido do Ministério Público, o Poder Judiciário também determinou que a Prefeitura suspenda o contrato com a empresa de locação de veículos investigadas devido aos indícios de fraudes na gestão na execução contratual.  

A vice-prefeita Ana Patrícia (Republicanos) assume ainda hoje a prefeitura em posse na Câmara Municipal no início da noite. O grupo da gestora, que é rompida com o emedebista, foi comunicado da decisão de afastamento do prefeito ainda na manhã desta quinta. 

Antonio foi afastado pela primeira vez no fim de 2022 como um dos alvos da operação "Carona" que investiga supostoscrimes de corrupção, fraude em licitações, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O prefeito tinha sido afastado temporariamente por 180 dias, um prazo de seis meses. Além dele,foram afastados, na época, a secretária de Gabinete, o secretário de Obras e Infraestrutura e mais dois servidores que atuavam como motoristas do chefe do executivo municipal. Em março deste ano, ele retornou ao cargo após decisão da Justiça que revogou o afastamento.

Três meses após reassumir ele voltou a ser afastado do cargo por 180 dias no bojo de mais uma investida do MPCE. A ação apurava possíveis crimes de corrupção, fraude em licitações, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo servidores públicos e representantes de cooperativas que prestam serviço à Prefeitura. Em setembro, ele anunciou que a Justiça acatou ação da defesa e lhe autorizou a retornar ao cargo.

Nesse meio tempo, o prefeito e a vice se afastaram politicamente. Quando assumiu pela segunda vez, a vice fez pronunciamento criticando o prefeito e a condição do grupo político na cidade. “Se hoje estou aqui, não foi uma escolha minha. Se hoje estou substituindo um prefeito que, pela segunda vez, está sendo acusado de corrupção, não fui eu, foi a Justiça”, afirmou. Ela ressaltou que não sabia como "receberia" o município.

Ela também escancarou problemas no MDB, legenda onde era filiada. “Nós trabalhamos em 4 meses e 25 dias para tentar unir um partido que estava até então esfacelado. Se isso não foi possível, não é nossa culpa”, afirmou. Recentemente, ela deixou a sigla e se filiou ao Republicanos, hoje sob a liderança de Chiquinho Feitosa.

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