Milei diz que desregulação da economia não vai parar em meio a protestos na Argentina

O presidente argentino defendeu o seu projeto econômico e disse que os manifestantes devem ter "síndrome de Estocolmo"

Em meio a uma onda de protestos na Argentina contra os novos decretos que desregulam a economia do país, o presidente Javier Milei afirmou a uma rádio local que mais medidas serão adotadas, além de dizer que manifestantes podem ter “síndrome de Estocolmo”.

"Aviso que vem mais. Em breve vocês vão ficar sabendo. Vamos convocar sessões extraordinárias e enviar um projeto de lei para a modificação do Estado", comunicou nesta quinta-feira, 21, na rádio Rivadavia.

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No dia anterior, quarta-feira, 20, o presidente anunciou em rede nacional um decreto único que altera ou anula mais de 300 leis, com impacto direto na economia do país. A chamada “desregulamentação do mercado” é a simplificação ou a remoção das regras fiscais econômicas, o que na teoria daria mais liberdade para o mercado financeiro.

Após o “megadecreto” de Milei, pessoas saíram nas ruas e manifestam em vários pontos de Buenos Aires, inclusive em frente ao Congresso Nacional do país. Além disso, argentinos bateram panela durante a fala do presidente, como forma de protesto.

Milei fez pouco caso da resposta da população e disse que alguns manifestantes podem olhar “com nostalgia, amor e carinho para o comunismo”. “Pode ser que haja pessoas sofrendo de síndrome de Estocolmo, que estão apaixonadas pelo modelo que as empobrece”, completou.

Considerado um ultraliberal, o governo de Milei — que tomou posse do cargo em 10 de dezembro —, também minimizou as manifestações, como fala o porta-voz da presidência, Manuel Adorni:

"(Os manifestantes) não chegaram a se inteirar da filosofia desse decreto, que é uma abertura muito importante para todos nós em matéria de liberdade", defendeu o porta-voz.

Custo de manifestações

A gestão argentina também se envolveu em outra polêmica ao dizer que mandaria os custos das operações policiais, que atuaram nas manifestações, para os as organizações sociais responsáveis pela coordenação do movimento.

“A operação teve um custo alto e, quando terminarmos de quantificá-lo nas próximas horas, o boleto vai ser enviado para cada uma das organizações que participaram e que vão ter que assumir o custo que foi para todos os argentinos conseguir que o país esteja em paz e com as vias de circulação liberadas”, afirmou o porta-voz do governo nesta quinta-feira.

O governo também já tinha afirmado que cortaria os benefícios sociais de quem bloqueasse as vias de Buenos Aires, nos conhecidos “piquetes”, além de afirmar que todos seriam identificados pela polícia.

 

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