Advogados de Bolsonaro questionam no STF recuperação de vídeo apagado após 8/1

A defesa do ex-presidente afirma que o vídeo foi compartilhado por Bolsonaro por engano e que o ex-presidente estava sob efeito de morfina

Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionaram no Supremo Tribunal Federal (STF) a recuperação do vídeo publicado pelo ex-mandatário em 10 de janeiro, dois dias após os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília. As imagens foram capturadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A defesa de Bolsonaro questiona a plataforma utilizada para recuperar o vídeo. No pedido encaminhado à Suprema Corte, os advogados alegam que a publicação foi recuperada por meio da Metamemo, site que armazena postagens feitas pela família Bolsonaro.

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O argumento da defesa é que não é possível ter certeza de que as imagens resgatadas são as mesmas publicadas e deletadas pelo ex-presidente. Eles afirmaram que é necessária uma “fundamentação técnica, meticulosa e detalhada” para garantir a autenticidade da gravação.

“É preciso cautela ao se analisar o referido conteúdo como prova, uma vez que a mera associação entre um vídeo apagado e um supostamente salvo não pode ser tomada como uma correspondência definitiva. Afinal, estamos lidando com contextos e provedores diferentes. A noção de que o vídeo recuperado reflete fielmente o conteúdo do vídeo deletado é uma conjectura sensível, porém, longe de ser uma afirmação incontestável”, consta a petição da defesa de Bolsonaro ao STF.

O vídeo em questão contestava a veracidade do sistema eleitoral brasileiro. A publicação feita por Bolsonaro veiculava trecho de entrevista do procurador de Mato Grosso do Sul, Felipe Marcelo Gimenez, com questionamentos acerca do resultado das urnas. A gravação, no entanto, foi excluída duas horas depois.

A defesa do ex-presidente afirma que o vídeo foi compartilhado por Bolsonaro por engano. Os advogados pontuam que ele postou a gravação sem querer, visto que estava tentando encaminhá-la para seu próprio WhatsApp. Também defendem que o ex-mandatário estava sob efeito de morfina.

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, cobrou a Meta, no entanto, a empresa afirmou que não estava mais armazenado nos servidores. A plataforma reiterou que não poderia cumprir a medida.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), no entanto, informou que recuperou as imagens. No último dia 15, o subprocurador Carlos Frederico Santos encaminhou à Suprema Corte um relatório técnico elaborado pela Secretaria de de Perícia, Pesquisa e Análise do MPF, que comprova o resgate das imagens publicadas pelo ex-presidente.

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