Após duas remarcações, reunião de Cid e aliados será nesta segunda-feira, 18
PSB e Podemos são ventilados como principais destinos dos pedetistas. Filiação no PT é vista como distante de decisão coletiva
18:32 | Dez. 17, 2023
A reunião para definir o rumo dos membros do PDT que pretendem deixar a sigla no Ceará está marcada para esta segunda-feira, 18, em Fortaleza. O encontro dos aliados do senador Cid Gomes acontece às 17 horas, no auditório de um prédio empresarial localizado na avenida Barão de Studart, no bairro Meireles. A deliberação chegou a ser adiada duas vezes.
Os 43 prefeitos que decidiram se desfiliar do partido são os principais protagonistas nesse momento, tendo em vista as eleições majoritárias de 2024. Conforme explica o deputado federal Eduardo Bismarck, a prioridade agora é "garantir a segurança política e jurídica dos gestores do Executivo municipal, que vão disputar o Paço de suas cidades. [Eles precisam] seguir dentro de um partido que lhes dê segurança de concorrer aos cargos". Entre as alternativas, PSB e Podemos têm surgido com mais força.
Apesar de o grupo já ter manifestado desejo de sair do PDT, Bismarck acredita que ainda haja espaço para a possibilidade de permanência de quem queira. "Eu acho que, assim, vale a pena consultar se alguém ainda quer ficar. Vão estar lá diversas lideranças do interior. Eu não tenho conversado com a maioria, mas tenho conversado com uma fatia delas, que são os prefeitos mais ligados a mim. Alguns querem manter o partido por perto, outros não, mas eu acho que o desejo da maioria é sair", completa.
Já o líder da bancada do PDT na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), deputado Guilherme Landim, entende que é necessário "avaliar que existem conjunturas municipais" nesse caso. "Alguns movimentos de prefeitos são para resolver também problemas locais e não necessariamente essa conjuntura estadual, mas nós esperamos que possamos manter a unidade de todos".
Entenda
O cenário para prefeitos e deputados é diferente. Enquanto os primeiros podem deixar o PDT a qualquer momento, os segundos precisam recorrer à Justiça para tal. Caso recente foi registrado na última quinta-feira, 14, quando 14 parlamentares do Legislativo estadual, entre titulares e suplentes, protocolaram ação de desfiliação da legenda pedetista no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE).
Quanto a estes, o presidente nacional em exercício, deputado André Figueiredo, afirmou que "sendo necessário" recorrerá "até o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)". Segundo ele, no lado oposto ao senador Cid, a direção nacional agirá "da mesma maneira" em que atuou no caso do presidente da Alece, deputado estadual Evandro Leitão, que recentemente pediu para sair do PDT sem perder o mandato, foi autorizado pela Justiça e teve filiação ao PT oficializada neste domingo, 17.
A migração de Evandro causou "frustração" no ex-governador, que, desde o início da debandada, tem mobilizado uma mudança coletiva sua e de seus aliados. O PT chegou a convidá-lo a se juntar ao partido - pedido feito pelo presidente Lula tendo o ministro da Educação, Camilo Santana, como porta-voz - mas houve resistência de alguns agremiados.
O presidente da Alece, no entanto, ainda enfrenta embargos na Justiça, o que acredita ser "mais do que normal" e prevê resolução ainda nesta semana. Além dele, oito prefeitos se juntarão à sigla petista. Desse total, cinco são ex-pedetistas.
“As perspectivas são essas: a confirmação se eles querem sair e a preocupação voltada para os prefeitos e lideranças municipais. As opções que estão colocadas são PSB e Podemos. [Há] outros partidos que ficam falando aí, mas não estão no jogo, não", finalizou Bismarck.