Angélica defende descriminalização do aborto: "A mulher deve decidir"
Apresentadora também comentou sobre a participação política do marido, Luciano HuckA apresentadora Angélica afirmou que é a favor de que as mulheres “tenham escolha sobre seu corpo e possam decidir” se querem realizar ou não um aborto. A declaração foi dada durante a participação da artista no programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 11.
“Eu sou a favor da mulher ter escolha sobre o seu corpo, ela tem que poder decidir. A gente vê aí a quantidade de meninas que deixam de estudar, que param de trabalhar, por situações extremas também, de estupro. Acho que essa é uma decisão de cada vez mais que as mulheres têm que poder tomar”, afirmou.
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A apresentadora também defendeu que essa discussão não deve ser atrelada a dogmas e crenças religiosas. “A gente não tem que misturar, sei que é difícil, mas a gente não tem que misturar a religião nisso, a gente tem que ser prático nesse assunto”, disse.
Angélica participava do Roda Viva para divulgar seu novo programa da Rede Globo, 50 e tantos, onde se propõe a discutir temas como feminismo e etarismo.
Luciano Huck e Presidência
No Roda Viva, Angélica ainda comentou sobre a possível candidatura do marido, Luciano Huck, nas eleições de 2018 e de 2022, e sobre seria sua atuação em um eventual papel como primeira-dama do Brasil. Ela descreveu o esposo como “um ser político” e disse que se as candidaturas acabaram não se consolidando, não foi por influência dela.
“É uma responsabilidade muito grande, conversamos muito. Mas se ele tivesse que ir eu jamais, nunca falaria não ou ‘as crianças não querem’. Mas acredito que a decisão foi muito correta”, disse.
Sobre a atual primeira-dama, Rosângela (Janja) Lula da Silva, a entrevistada comentou que apesar das críticas que recebe, enxerga a atuação ao lado de Lula como positiva. “Acho legal ter uma pessoa participativa, seja da forma que for. Uma mulher que tá ali cuidando do presidente, dando uma opinião. Independente do partido, é positivo”, comentou.
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Votação no STF
No último mês de outubro, o assunto do aborto foi discutido mais amplamente devido ao voto favorável da então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. A ação era um requerimento do Psol e pedia a descriminalização do procedimento nas primeiras 12 semanas da gestação.
Em sua decisão, Weber defendeu que a ilegalidade provoca uma discriminação com base no gênero. "Ninguém supõe, ainda que em última lente, que o homem de alguma forma seja reprovado pela sua conduta de liberdade sexual, afinal a questão reprodutiva não lhe pertence de forma direta", disse.
Segundo a ministra, políticas públicas de prevenção de gravidezes indesejadas são mais eficazes no combate ao aborto do que a proibição do procedimento. "A justiça social reprodutiva, fundada nos pilares de políticas públicas de saúde preventivas na gravidez indesejada, revela-se como desenho institucional mais eficaz na proteção do feto e da vida da mulher, comparativamente à criminalização."
A decisão provocou repercussão na mídias, nas redes sociais e no Congresso Federal. Debates envolviam religião, questões de gênero e sobre o próprio papel do STF em tratar desse tipo de pauta pública.
Com a aposentadoria de Weber, o novo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso optou por pausar a votação por ora. Segundo o ministro, “esse debate ainda não está maduro na sociedade”.
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