Bolsonaro recebe tratamento de chefe de Estado na posse de Milei
Ex-presidente sentou-se ao lado de lideranças globais e teve reunião particular com Milei
O ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), participou neste domingo, 10, da posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei. Na ocasião, o político brasileiro teve tratamento de chefe de Estado, sentando-se ao lado de líderes em exercício da América Latina e da Europa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não compareceu à cerimônia, tendo sido representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Bolsonaro sentou-se ao lado de Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, Daniel Noboa, presidente recém-eleito do Equador, Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai, e Santiago Peña, presidente do Paraguai. Já o ministro Mauro Vieira estava com as delegações estrangeiras.
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Apesar do local de destaque, Bolsonaro não pôde ser cumprimentado nem tirar uma foto oficial com o presidente Milei por não ser mais presidente do Brasil.
Bolsonaro na Argentina
Nos dias em que esteve em território argentino, a presença de Bolsonaro ganhou destaque na imprensa local, em contraste com a ausência de Lula. Houve, inclusive, uma reunião do ex-presidente com Milei, no dia 8, para tratar de “questões da América Latina”.
Pouco antes do encontro, o ex-presidente caminhou pela turística rua Flórida, em Buenos Aires, e tirou fotos com turistas, muitos deles brasileiros. Bolsonaro também foi recebido pelo ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), responsável por boa parte das articulações do governo Milei.
A comitiva de Bolsonaro contou com nomes como seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ); o ex-chanceler Ernesto Araújo; o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto; e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Além destes, estava na Argentina o deputado estadual cearense Carmelo Neto (PL).
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Ausência de Lula
O presidente Lula foi convidado para a posse pelo próprio Milei, por meio de uma carta que desejava que o tempo em comum dos presidentes no poder fosse “de trabalho frutífero e construção de laços” entre Brasil e Argentina.
Tom amigável surge após uma campanha na qual Milei criticou diversas vezes o chefe de estado brasileiro. Dentre as declarações, Lula foi chamado de “comunista”, “presidiário”, além de ter sido acusado de interferir e financiar parte da campanha eleitoral argentina. Petista apoiou diretamente o opositor de Milei na disputa, o peronista Sergio Massa.
A ausência de um presidente brasileiro nas solenidades de posse argentinas também ocorreu na posse do antecessor de Milei, Alberto Fernández, em 2019. Na ocasião, o então presidente Bolsonaro enviou o vice Hamilton Mourão (Republicanos) para acompanhar a cerimônia.
Direita na Argentina
A posse de Milei chamou atenção pela quantidade de nomes da direita global no evento, como o de Santiago Abascal, líder do partido de ultradireita Vox e deputado espanhol. Também estavam no país o “aspirante a candidato” à Presidência do México, Eduardo Verástegui; o ex-candidato presidencial chileno José Antonio Kast; e o ministro de Segurança do governo de El Salvador, Gustavo Villatoro, enviado pelo presidente Nayib Bukele.
Na sexta-feira, após a reunião de Bolsonaro, as lideranças de extrema-direita se reuniram em um restaurante em Buenos Aires. Além da comitiva bolsonarista, estavam no local, deputados do partido de Milei, A Liberdade Avança, e Kast.
A nível global, compareceram à posse, chefes de Estado e de governo dos seguintes países:
- Santiago Peña, presidente do Paraguai
- Nayib Bukele, presidente de El Salvador
- Felipe VI, rei da Espanha;
- Gabriel Boric, presidente do Chile;
- Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai;
- Santiago Peña, presidente do Peru;
- Vahagn Khachaturyan, presidente da Armênia;
- Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria;
- Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia.