Izolda se diz "honrada" por ser cotada em Sobral, mas nega "planos" para filiação

Hoje número dois do Ministério da Educação (MEC), ela era filiada, até 2022, ao PDT, mas deixou a sigla após o racha para a escolha do candidato ao Governo do Ceará

20:14 | Dez. 08, 2023

Por: Júlia Duarte
A vaga de vice na chapa encabeçada por Evandro Leitão (PT) na disputa pela Prefeitura de Fortaleza deve ficar com o PSB, de Eudoro Santana e do senador Cid Gomes. De acordo com interlocutores do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o partido socialista saiu na frente na corrida pelo posto, pleiteado ainda por PSD e MDB, ambos parte do arco de aliança que dá sustentação ao governador Elmano de Freitas (PT). O PSD, porém, já foi atendido no desejo de apoio do Abolição em Tauá, enquanto o MDB está de olho mesmo é na vaga para o Senado em 2026. Ao PSB interessa, mais que aos demais, indicar um quadro de suas fileiras para concorrer ao Paço ao lado de Evandro. À coluna, petistas mais graduados informaram que, a preço de hoje, o nome de Luísa Cela, titular da Secretaria da Cultura do Estado (Secult-CE), lidera as apostas, preenchendo alguns pré-requisitos delineados pelo bloco evandristra. Izolda fora do MEC? Embora o ministro Camilo Santana (Educação) tenha se mostrado contrário à saída de Izolda Cela (PSB) do MEC, pasta na qual ela ocupa a secretaria-executiva, é quase certo que a ex-governadora deixe o cargo até o início de junho para postular a Prefeitura de Sobral, como pretendem Cid e o prefeito Ivo Gomes. Izolda, conforme fonte ligada à pessebista, é nome de missão partidária, ou seja, mesmo desejando permanecer no Ministério da Educação, não recusaria uma demanda do comando do seu grupo para tentar assegurar o controle da cidade mais importante para os Ferreira Gomes. Luizianne e o PT em 2025 A deputada federal Luizianne Lins (PT) se move com um pé em 2024 e outro em 2025, quando se abre o processo de eleição para a direção do partido. Entre pessoas próximas da ex-prefeita, o entendimento é de que, para preservar o que consideram como as bases de um PT não atrelado à força de Camilo, é crucial ampliar o cacife do segmento que ajudou a parlamentar a conquistar quase 30% dos votos no enfrentamento interno com Evandro pela indicação do partido, em abril passado. O campo de esquerda seria, então, uma espécie de embrião desse novo bloco com o qual LL deseja chegar à executiva municipal da legenda ano que vem, garantindo capital de influência em Fortaleza. Sarto e a polarização A polarização entre o prefeito José Sarto (PDT) e o deputado estadual Evandro Leitão (PT) neste início de pré-campanha se origina na leitura do gestor da Capital segundo a qual o pleito de 2024 pode espelhar a queda de braço nacional entre o PT e o bolsonarismo. Como precaução, o chefe do Executivo antecipou o embate com o adversário petista, de modo a reduzir os espaços de Capitão Wagner (União) e André Fernandes (PL), ambos ligados, direta ou indiretamente, ao eleitorado que alçou Bolsonaro ao Planalto. Pensando nisso, Sarto se movimenta numa zona fronteiriça, tentando tirar proveito do antipetismo, que estrutura o bloco conservador. PL de chapa-pura Até agora, o Partido Liberal tem ensaiado conversas com o senador Eduardo Girão (Novo) com vistas à peleja pela sucessão de Sarto, mas sem sucesso. Dois obstáculos impedem um acerto entre as partes: a decisão de Girão em concorrer e a desconfiança que granjeia entre bolsonaristas pelas posições dúbias que adota no Congresso. Diante dessa dificuldade, o PL não descarta uma chapa-pura para brigar pela Prefeitura. Na cabeça, por enquanto, está o deputado federal André Fernandes. Um nome cotado para auxiliá-lo na tarefa de chegar ao Executivo é o de Carmelo Neto, deputado estadual e dirigente da agremiação no Ceará. Secretária Executiva do MINISTÉRIO da Educação, Izolda Cela, falou sobre seu futuro partidário após desfiliação do PDT (foto: FERNANDA BARROS)

A ex-governadora Izolda Cela (sem partido) diz não ter planos nem para uma futura filiação partidária, nem de ser candidata a algum cargo em 2024. Nos bastidores, o nome dela tem sido mencionado como uma opção para a Prefeitura de Sobral, já que Ivo Gomes (de saída do PDT) está em seu segundo mandato e não pode tentar reeleição

Hoje número dois do Ministério da Educação (MEC), ela era filiada, até 2022, ao PDT, mas deixou a sigla após o racha para a escolha do candidato ao Governo do Ceará. Seu nome era consenso entre aliados do Palácio da Abolição para suceder Camilo Santana (PT), mas, internamente, maioria dos pedetistas votou para que o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), fosse o candidato. Com a decisão, Izolda se desfiliou da sigla e não buscou outro partido.

"Na verdade, não tem. Esses tempos que precedem as eleições e, muitas vezes, até com muita antecedência, acho que a gente não devia nem estar focado nessa história agora, todo mundo devia estar olhando era para o trabalho", avaliou a secretária.

Mesmo sem pretensões, ela se disse honrada com as menções. "Eu fico sempre muito honrada com meu nome lembrado, com certeza, para mim é uma deferência, mas não tenho nenhum tipo de projeto nem plano ou definição com relação a filiação partidária, não mesmo. Estou bem concentrada no trabalho que é grande e nos desafios", disse. 

Ela destacou o trabalho que tem feito ao lado de Camilo na pasta da Educação. "O ministro Camilo tem tendo imprimir ritmo de trabalho, como é o estilo dele e nosso, abrindo um espaço de diálogo com estados e municípios numa primeira mão, com outros movimentos e com o Congresso também", ressaltou. 

Sucessão em Sobral

Ivo Gomes está em seu segundo mandato e deverá indicar um candidato para sucedê-lo. O PDT enfrenta um racha interno e com o PT, antigo aliado. O Ferreira Gomes chegou ao cargo tendo como vice Christianne Coelho (PT), seguindo a dobradinha PDT-PT que vinha sendo marca da gestão de seu irmão, hoje senador, Cid Gomes (PDT), na época à frente do Governo do Ceará, e de Camilo, sucessor de Cid no Palácio da Abolição.

Agora em outro cenário, o PDT vive uma crise interna que colocou Cid e Ivo de um lado e o ex-ministro Ciro Gomes em outro. O prefeito inclusive deve ser um dos 46 prefeitos que anunciaram que devem deixar o partido. 

Ivo tem evitado falar sobre quem receberá seu apoio e, em julho, projetava que o nome indicado saísse do PDT. “Não tenho candidato ou candidata. Izolda ou Lúcio (Feijão, empresário), todos do meu partido são excelentes nomes que é onde vai sair o candidato”, afirmou na época.