Venezuela x Guiana: Brasil envia 28 blindados para fronteira de Roraima em meio à tensão
Além dos veículos, o exército brasileiro também enviou 150 homens para a regiãoO Exército Brasileiro irá enviar 28 veículos blindados para Pacaraima, em Roraima, em meio à disputa entre a Venezuela e a Guiana pelo território de Essequibo — que é administrado pelo governo guianense. A região possui grande reserva de petróleo.
A tensão entre os dois países cresceu após a população venezuelana aprovar a anexação do território em um plebiscito, realizado no domingo, 3. Caso o presidente do país, Nicolás Maduro, decida levar adiante a decisão, o exército do país teria que passar por Roraima até chegar no território de Essequibo, o que pode gerar tensão entre o Brasil e o governo venezuelano.
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O ministro da Defesa, José Múcio, disse nesta terça-feira, 5, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ordenou que as fronteiras brasileiras sejam resguardadas, diante da possibilidade de aumento da tensão entre as nações.
“O Brasil não participará de um problema que é da Venezuela com a Guiana”, afirmou o ministro em entrevista à Globonews. "O recado é o de que o governo brasileiro não aceita uma saída que não seja pacífica", acrescentou.
Múcio também comentou que a operação de envio de blindados já estava prevista, com objetivo de combater o garimpo ilegal. Os veículos, intitulados Guaicurus, Guarani e Cascavel, devem levar 30 dias para chegar até Roraima.
Além dos veículos, o governo federal irá enviar cerca de 150 homens para à 1ª Brigada de Infantaria de Selva, transformando o esquadrão em regimento.
Lula chegou a afirmar nesta terça-feira, que deseja viajar para Guiana em 2024, e que deseja conversar sobre democracia e financiamento.
"O ano que vem eu tenho duas viagens que eu quero fazer: uma é para uma reunião da União Africana, dos 54 países da África que vai ser em Addis Ababa na Etiópia; e a outra é na Guiana, uma reunião dos países do Caricom (Comunidade do Caribe). Essas eu quero participar porque são coisas que tenho interesse de falar para eles sobre democracia, sobre o sistema ONU, sobre financiamento", comentou.
Entenda a disputa pela região
O plebiscito realizado pela Venezuela, em que 95% da população foi favorável à anexação do território, pode ser vista como uma das estratégias de Maduro para a disputa da reeleição à presidência do país em 2024.
Apesar da resposta da população venezuelana, a gestão de Maduro não é obrigada a seguir com o plano de tomar o território. Já o vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, afirmou que vê a situação com preocupação e que o governo não irá baixar a guarda.
“Precisamos estar preparados, não podemos baixar a guarda ou ficarmos menos vigilantes. Os líderes venezuelanos já mostraram que são imprevisíveis e portanto estamos trabalhando com nossos parceiros para reforçarmos a cooperação de defesa para, caso aconteça o pior, possamos defender nosso país”, afirmou.
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