Entenda o papel do Catar na guerra entre Israel e o Hamas

Ainda que desempenhe um papel importante no conflito no Oriente Médio, o emir do Catar descreveu, nesta terça-feira, 5, a campanha militar de Israel em Gaza como um "genocídio"

Localizado na península arábica, na Ásia Continental, o Catar tornou-se o centro das atenções desde o dia 7 de outubro, quando mais de 200 israelenses foram sequestrados pelo grupo militante palestino Hamas.

O destino dos civis depende parcialmente do pequeno Estado do Golfo Pérsico, uma vez que esse país árabe atua como mediador entre os dois lados do conflito, que se encaminha para o segundo mês.

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Os chefes de Estado do Brasil (Lula), Estados Unidos (Joe Biden) e Reino Unido (Rishi Sunak) agradeceram ao Catar, liderado pelo emir Tamim bin Hamad al-Thani, por intermediar a libertação de reféns do grupo terrorista.

Na última quinta-feira, 30, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), esteve reunido com o líder para expressar gratidão ao “importante papel” do país árabe na repatriação dos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza.

Ainda que tenha uma atuação de destaque no conflito no Oriente Médio, o emir do Catar descreveu, nesta terça-feira, 5, a campanha militar de Israel em Gaza como um “genocídio”.

Em declarações proferidas na abertura da cúpula do conselho de cooperação do Golfo em Doha, al-Thani disse que era “uma vergonha” para a comunidade internacional permitir que o conflito continue.

“As forças de ocupação de Israel violaram todos os valores políticos, éticos e humanitários”, disparou, acusando Tel Aviv de “assassinato sistêmico e proposital de civis inocentes e desarmados”.

“Este é um genocídio cometido por Israel”, concluiu, em apelos ao Conselho de Segurança da ONU para forçar o Estado israelense a regressar à mesa de negociações.

Negociações

No dia 24 de novembro, o Hamas e Israel iniciaram uma trégua para trocar de reféns, sendo três prisioneiros palestinos para cada refém israelense liberado. Nos sete primeiros dias, o acordo viabilizou a liberdade de mais de 90 reféns em Gaza e a libertação de cerca de 200 palestinos, libertados por Israel.

No entanto, o cessar fogo durou apenas uma semana. Na última sexta-feira, 1°, as Forças de Defesa de Israel (FDI) retomaram as operações terrestres e aéreas contra a milícia na Faixa de Gaza.

No último sábado, 2, Israel bombardeou a Faixa de Gaza, alegando que o grupo palestino extremista havia disparado foguetes. Segundo as FDI, o Hamas não seguiu o acordo para libertar todas as mulheres mantidas como reféns e violou a trégua temporária.

As declarações do emir do Catar surgem exatamente no momento em que as forças israelenses prosseguem com o bombardeio aéreo e terrestre do sul de Gaza, novo foco da operação militar no conflito palestino.

Catar e Israel não possuem relações diplomáticas formais, no entanto, há um escritório para tratar de assuntos cataris no governo israelense. Atletas de Israel participaram de eventos esportivos no Catar e, voos Tel Aviv-Doha foram criados para a Copa do Mundo de 2022.

O relacionamento entre ambos se tornaria emblemático após os ataques do dia 7 de outubro. O Catar não mediu esforços para torná-lo um ativo diplomático.

Quando o Hamas acusou Israel de não cumprir sua parte no acordo que viabilizou a trégua, uma aeronave levando representantes do Catar pousou no Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv. A negociação foi salva.

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