Eduardo Bolsonaro foge de intimação por ofender professores em evento pró-armas

Na ocasião, o filho 03 de Jair Bolsonaro (PL) disse que "não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas". Foram, no mínimo, sete tentativas de intimar o deputado, sem sucesso

Após comparar o que chamou de “professores doutrinadores” a traficantes de drogas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) entrou na mira de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que tentam intimar o político a responder uma queixa-crime pela fala, proferida em julho deste ano, durante um evento pró-armas. 

Na ocasião, o filho 03 de Jair Bolsonaro (PL) disse que “não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime”, e que, “talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação”.

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Ainda em julho, a deputada federal Luciene Cavalcante (Psol-SP) avaliou a fala como “discurso de ódio” e acionou a Suprema Corte para que o deputado fosse punido pela difamação e calúnia contra os profissionais da Educação. No dia 23 de outubro, o ministro Nunes Marques abriu o prazo de 15 dias para que Eduardo se manifestasse.

No dia 29 de novembro, as oficiais de Justiça Federal Cristiane Oliveira e Doralúcia Santos exprimiram, por meio de um relatório, os entraves enfrentados para realizar a tarefa, da qual acabaram desistindo de cumprir.

Foram, no mínimo, sete tentativas de intimar o deputado, sem sucesso. No relato encaminhado ao Supremo, as oficiais alegam que receberam “informações desencontradas e imprecisas” de funcionários do deputado e afirmaram que nunca conseguiram contatá-lo nas “múltiplas diligências feitas em seu gabinete e nos plenários”.

Elas acrescentaram que ouviram de funcionários de Eduardo diversas promessas de que ele estava prestes a chegar, no entanto, elas nunca se concretizaram. Além disso, foram orientadas a ir e voltar ao gabinete durante todo o dia ou “aguardassem no corredor durante o dia todo até que ele aparecesse”.

“Cumpre explicar que aquele gabinete não possui sala de espera nem cadeiras para terceiros”, consta no relatório, que também detalha contradições entre os servidores, como o chefe de gabinete afirmando que o deputado não estava na Câmara enquanto outros integrantes do gabinete diziam que ele se encontrava na Casa legislativa.

As oficiais descrevem, também, episódios em que esperaram por mais de uma hora em diferentes plenários da Câmara e não conseguiram encontrá-lo. Com isso, após sucessivas tentativas, elas decidiram devolver o mandato ao ministro, sem cumprimento.

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