Relatório da Cagece sobre esgoto de Fortaleza esquenta debate na Câmara

O esgoto de Fortaleza foi tema central nas discussões desta terça-feira, 5, na Câmara Municipal. Oposição e base se debruçaram sobre a responsabilização da Prefeitura frente ao caso e sobre aumento no valor das contas dos fortalezenses.

A vereadora enfermeira Ana Paula afirmou, durante seu discurso na tribuna, "que o relatório da Seuma (Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente) quis jogar a responsabilidade para a Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará), quando na verdade a responsabilidade era completamente da Prefeitura".

Ainda de acordo com a parlamentar, a gestão Executiva municipal "não fez a fiscalização dos esgotos irregulares que estão ocasionando aquela área de poluição na região da Praia de Iracema".

Após fala da vereadora, foi a vez de Adail Júnior (PDT), parlamentar da base do governo Sarto na Casa legislativa. Em seu discurso, Adail questionou o porquê de os vereadores não tratarem "do aumento de 18% ao ano nas contas de água e esgoto" determinado pela companhia.

Na defesa da gestão municipal, ele foi acompanhado por Lúcio Bruno (PDT). Além de criticar o aumento, o parlamentar disse que uma comissão provisória acompanha o serviço prestado pela Enel, pela Cagece e pelas prestadoras de serviço de Internet. Quanto à segunda, Lúcio afirma que a situação "é um problema histórico" em Fortaleza.

"Acho que não existem culpados, nós precisamos nos unir e ir atrás de resolver os problemas. Não vi ninguém comunicando sobre o aumento na conta dos fortalezenses", acrescentou.

Já na oposição à gestão do prefeito José Sarto (PDT), Gabriel Aguiar (Psol) afirmou que a prefeitura tem feito “politicagem” diante dessa situação. “Infelizmente, a Prefeitura preferiu seguir outro caminho: o da politicagem, o de tratar não de política pública, mas, sim, de briga de internet, de apontar o dedo e acusar”.

Entenda

Os vereadores repercutem relatório de análise e descrição das ações realizadas pela Cagece em locais com possíveis ligações irregulares citadas no relatório técnico apresentado anteriormente pela Seuma. O documento da companhia foi divulgado nessa segunda-feira, 4, em resposta ao órgão da Prefeitura.

No estudo, a Cagece afirmou que nenhuma das ligações irregulares de esgoto apontadas pela Seuma é da companhia. A secretaria tinha apontado 26 pontos, mas depois de realizar um estudo mais apurado, a Companhia identificou 22.

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De acordo com dados da Cagece, desse total, apenas nove eram ligações de esgoto clandestinas de estabelecimentos particulares - todas foram bloqueadas pela Cagece, 10 eram ligações clandestinas para a rede de drenagem (lançamentos de águas pluviais, de piscinas ou de aparelhos de ar condicionado de empreendimentos privados), dois casos eram de remanejamentos de tubulações e um caso de envelopamento de rede sem condições de remanejamento.