Rachadinha: em áudio, Janones pede a assessores parte do salário

"Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito", diz Janones nas gravações

O deputado federal André Janones (Avante-MG) cobrou fatia do salário de assessores parlamentares, conforme áudio publicado pelo colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, nesta segunda-feira, 27. O parlamentar enumera os gastos que seriam custeados por meio de peculato, quando um funcionário público se apropria de bens móveis, públicos ou particulares em benefício próprio: carro, casa, poupança e previdência. A reunião com os auxiliares se deu na Câmara dos Deputados. Ele tenta convencer os servidores da suposta licitude da prática.

“Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito. Porque eu perdi R$ 675 mil na campanha. ‘Ah isso é devolver salário e você tá chamando de outro nome’. Não é. Porque eu devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser”, diz Janones nos áudios.

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O deputado disse que a acusação de rachadinha não é verdadeira e chamou de "escândalos fabricados". Afirmou que o áudio foi "criminosamente gravado" e cobrou que seja "disponibilizado na integra e não edições manipuladas". Afirmou ainda nunca ter recebido um real de assessor. 

Ainda conforme Janones, o patrimônio dele foi inteiramente dilapidado. Disse ter perdido casa, carro, poupança de R$ 200 mil, casa de R$ 380 mil e uma previdência de R$ 70 mil, razão pela qual entende que seria justo que os assessores o repassassem valores. O argumento dele é de que o salário de R$ 10 mil de um servidor é líquido, ao passo que o seu, não. "(...) dos R$ 25 mil, R$ 15 mil eu vou usar para as dívidas que ficou [sic] de 2016. Não é justo, entendeu?”, questiona.

— Metrópoles (@Metropoles) November 27, 2023

Janones assume que a proposta poderia levá-lo a perder o mandato, mas diz que não faz questão do cargo eletivo. Ele foi segundo colocado em 2016 na campanha para prefeito de Ituiutaba, com 13 mil votos. A gravação do áudio, diz o portal Metrópoles, é do jornalista Cefas Luiz, ex-assessor do deputado.

A assessoria de Janones respondeu que o áudio foi retirado de contexto. O Tribunal Superior Eleitoaral (TSE) defiiu que rachadinha configura enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio. O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda decidirá se rachadinha configura crime de peculato ou corrupção.

Manifestação de Janones:

Leia o que o parlamentar publicou nas redes sociais:

"Primeiro de tudo, eu quero dizer a vocês que eu estou quebrando a minha regra de não responder às fake news, como ensino no meu livro 'Janonismo Cultural' a não responder, por uma razão clara: RESPEITO a vocês. Hoje saiu uma matéria, que está sendo espalhada pela extrema-direita, que me acusa de rachadinha, coisa que eu nunca fiz. Pra isso eles usaram uma gravação clandestina e criminosa, um áudio retirado de contexto e para tentar me imputar um crime que eu jamais cometi. Aproveito para solicitar que o conteúdo criminosamente gravado seja disponibilizado na integra e não edições manipuladas, postada quase simultaneamente por todas as lideranças de extrema-direita.

"É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022 já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denuncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialiade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados.

"No mais, repito eu NUNCA recebi um único real de assessor, não comprei mansões, nem enriqueci e isso por uma simples razão, EU NUNCA fiz rachadinha."

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