Mausoléu Castelo Branco: projeto de homenagem aos abolicionistas está em elaboração

Governador Elmano de Freitas anunciou no fim de agosto que estrutura em homenagem ao presidente da Ditadura Militar não ficará mais no Palácio da Abolição

O Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura, informou que manterá a estrutura arquitetônica do Mausoléu Castelo Branco até ser substituída por um monumento em homenagem aos abolicionistas do Estado, projeto que ainda está em elaboração. Novidades devem ser anunciadas em breve.

Há cerca de três meses, o governador Elmano de Freitas (PT) anunciou que o mausoléu em homenagem ao marechal cearense, primeiro presidente da Ditadura Militar, não ficaria mais no Palácio da Abolição, sede do governo estadual.

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"Eu estava conversando com a nossa secretaria de Cultura (Luísa Cela). Aqui nós temos o Palácio da Abolição, aqui está o mausoléu do Castelo Branco. E eu já disse, a decisão está tomada. Ela tem a missão com a Socorro França (secretária dos Direitos Humanos) e o Tiago Santana (presidente do Instituto Mirante). O Palácio da Abolição não ficará ao mausoléu de quem apoiou a ditadura”, exclamou sob aplausos em agosto.

Em seguida, Elmano afirmou que existe um projeto, a época ainda a ser executado e de sua vontade própria, de criar um monumento de homenagem a abolicionistas cearenses. O governador citou Dragão do Mar e falou de ser inaugurado no dia 11 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos

"Existe um projeto a ser executado, eu já estou cobrando há algum tempo, a minha vontade e o meu desejo é que dia 11 de dezembro, se é pra trazer alguém, tragamos pra cá Dragão do Mar, e os abolicionistas e os lutadores pela democracia, disse. "Honrando a história daqueles que lutaram e dedicaram suas vidas pela democracia, pelo bem viver do nosso povo", completou.

Mausoléu de Castelo Branco

O mausoléu em memória do ex-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, o primeiro dos cinco da Ditadura Militar, foi inaugurado em 1972, pelo então governador do Ceará, César Cals, cinco anos após a morte do marechal.

Em 2006, toda a estrutura do mausoléu passou por uma restauração. Atualmente, a edificação se encontra em processo de tombamento provisório, visando a sua preservação como patrimônio histórico do Estado do Ceará.

De acordo com a secretária de Cultura do Estado, Luísa Cela, o projeto articulado entre a pasta e a Secretaria dos Direitos Humanos tem previsão de ser concluído até março do ano que vem.

“A gente está desenhando o projeto de uma nova ocupação, a ideia é que vire um projeto de memória fazendo referência às pessoas que lutaram pelo retorno da democracia no nosso país, mas ainda em estudo, para onde as peças vão, exatamente qual vai ser o acervo”, explicou.

Em 2022 foi apresentado um requerimento proposto pelo deputado Renato Roseno (Psol) para que o mausoléu tivesse outro uso, baseado na lei que proíbe a atribuição a prédios, rodovias, repartições e demais bens públicos de “nomes de pessoas que constem no relatório final da Comissão Nacional da Verdade com responsáveis por violações”.

A requisição foi rejeitada na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece). Os restos mortais de Castelo Branco não estão mais no mausoléu há meses.

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