Novo prefeito de Pacajus trocará secretários, cortará gastos a priorizará pagar a folha

Bruno Figueiredo (PDT) pretende recorrer no processo de cassação dm mandato e do vice. Tó da Guiomar diz que gestão acontecerá "um dia de cada vez"

Enxugamento de folha, continuação de obras e redução de gastos serão prioridades do prefeito recém-empossado de Pacajus, Tó da Guiomar (União Brasil). A nova gestão diagnosticou um débito em torno de R$ 100 milhões no município da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Ele foi eleito em eleição indireta na Câmara Municipal, na manhã desta quinta-feira, 23. Em seguida, ele concedeu entrevista coletiva.

Entre os gargalos apontados pela gestão estão problemas com iluminação pública e dívidas com fornecedores. "Estamos hoje, semanalmente, com prédios públicos sendo cortada a iluminação. Temos uma dívida previdenciária terrível, que é impagável. Temos a dívida da Enel. E temos, mais ou menos, R$ 110 milhões a R$ 120 milhões de restos a pagar, de fornecedores que prestaram serviço ao Município".

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Uma das estratégias montadas pelo prefeito é o enxugamento da folha de pagamento, principalmente com a aproximação de dezembro, mês que promete ser um grande desafio, visto que os servidores estão com pagamentos atrasados. "A gente vai, a priori, tentar enxugar a folha. Vamos ter que tirar a gordura o máximo possível. Tentar, por exemplo, nos postos de saúde que trabalham de tarde e de manhã, fazer um turno para não parar. É tirar da própria carne para tentar pagar a folha de dezembro, que a gente sabe que tem muitos funcionários que não receberam nem a primeira parcela do 13º salário".

Questionado sobre a relação com o governo do Estado, visto que o partido faz oposição, Tó informou que tem conversado com o governador Elmano de Freitas (PT). "[Nossa relação] é excelente. Abertura total. Inclusive já estão começando a liberar verbas que não estavam vindo para Pacajus, para o custeio da Saúde, para uma avenida no Beira Açude... Foi liberado R$ 1 milhão para a gente começar essa obra que é de R$ 8 milhões. Além disso, a gente senta com o [Waldemir] Catanho (Secretário de Articulação Política) a hora que a gente pede”.

Obras

Prefeito de Pacajus, Tó da Guiomar (União Brasil), e vice-prefeito, Paulo Menezes (PL)
Prefeito de Pacajus, Tó da Guiomar (União Brasil), e vice-prefeito, Paulo Menezes (PL) Crédito: Ascom Tó da Guiomar

Presente na coletiva de imprensa, o vice-prefeito Paulo Pontes (PL) informou que a gestão pretende entregar até duas escolas ainda neste ano. "Conseguimos conversar com os fornecedores e pedimos prioridade na conclusão de algumas obras, principalmente nas ligadas à Educação, visto que o ano letivo está acabando e, logo, inicia o próximo. Além disso, o prefeito articula concluir em quatro meses a obra do hospital [municipal], que se arrasta há cinco anos".

Tó explicou, na ocasião, que as obras financiadas pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) estão garantidas, pois são mantidas financeiramente pelo Governo Federal. Há preocupação, no entanto, com as obras custeadas com verbas próprias e as de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

"Vamos ter muitas dificuldades naquelas obras que são do FPM, de recursos próprios. Vamos tentando, dentro do possível, ver como a gente vai terminar. Mas é um problema grave. Neste momento, vamos priorizar nossa folha".

Justiça

No âmbito do Poder Judiciário, o juiz Alfredo Rolim Pereira proferiu na última terça-feira, 21, uma sentença que anula a cassação do ex-prefeito Bruno Figueiredo (PDT) e de seu vice, Francisco Fagner (União Brasil), por suspeita de nepotismo.

A decisão do magistrado não devolveu de imediato os cargos aos investigados, por isso foi possível a realização das eleições indiretas. Procurado pelo O POVO, Figueiredo informou que buscará reverter a cassação na Justiça.

Quanto à possibilidade de sua gestão ser interrompida, Tó da Guiomar toma postura de “viver um dia de cada vez”. “Se ele vai recorrer ou não, vamos priorizar os dias que a gente está aqui. Tentar pagar o que a gente pode pagar para que o Município não entre em colapso. Se a Justiça, amanhã ou depois, entender que a gente sai, a gente quer sair com dever cumprido”.

Questionado sobre o diagnóstico financeiro da nova gestão, Bruno diz se tratar de uma “dividida fantasiosa”. “É só olhar a quantidade de obras e serviços que estamos fazendo. Transformando 100% das escolas em tempo integral, reformando e ampliando todas elas e ampliando os postos de saúde e outras grandes obras que o povo estava esperando há 20 anos”.

Futuro

Tó da Guiomar não descarta a possibilidade de mudar de partido nem de lançar candidatura nas eleições de 2024. Ele também informou que deve haver mudança no secretariado. Apesar de não mencionar nomes, o prefeito prevê que até 15 de dezembro serão lançados novos secretários.

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Pacajus Tó da Guiomar Bruno Figueiredo eleição indireta

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