Após polêmica, vereadores de Fortaleza tentam criar CPI sobre cortes na saúde
11 de 15 assinaturas para criação da Comissão Parlamentar de Inquérito já foram coletadas. Vereador acredita conseguir demaisO vereador Léo Couto (PSB) articula criação de comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Fortaleza para investigar cortes na saúde, após polêmica sobre verba para tratamento do câncer no Ceará. De acordo com o parlamentar, 11 assinaturas já foram coletadas até esta quarta-feira, 22. São necessárias 15.
A iniciativa é tomada após o então líder do governo Sarto na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), vereador Carlos Mesquita (PDT), ter dito que a Prefeitura de Fortaleza cortou de propósito recursos para o Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio).
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"O que o governo dava para o Crio (Centro Regional Integrado de Oncologia) fazer oncologia? Zero. A Prefeitura arcava com tudo. Aí o corte que dizem que o Município fez foi um corte proposital, para ver se o Estado se mancava e pagava a parte dele. E não teve esse 'semancol' e não pagou. Mesmo com esse apelo aqui, com essas falas, o estado não pagou. O Sarto foi lá aditivar o contrato para pagar o que o estado não estava pagando", disse Mesquita em sessão na última semana.
Leia mais
Couto afirma que "já que a Prefeitura não deve nada, não tem nada a temer". E indaga: "Qual o problema de a gente esclarecer isso aqui?". Para o vereador Adail Júnior (PDT), da base do prefeito José Sarto (PDT), os parlamentares deveriam recorrer ao Governo do Ceará para esclarecer a situação.
"Quero ver se estão realmente preocupados com o Crio, com quem está precisando de tratamento de oncologia, ou se estão preocupados em fazer política, preocupados com a defesa do governador. Nós estamos aqui nesse debate há um mês e ninguém traz dados objetivos. Quem está preocupado com o Crio deve estar buscando o Governo do Estado, indagando os seus deputados e a própria Secretaria Estadual da Saúde: por que acontece esse desprezo tão grande?".
Já o vereador Márcio Martins (Solidariedade) acredita que a base deveria assinar a criação da CPI para trazer à tona o trabalho do Estado nos repasses.
“O que estou vendo é que o bloco mais alinhado ao governo estadual esquece que quem está no comprometimento maior do ponto de vista orçamentário e de repasse é o Governo do Estado, ou seja, ao promover uma CPI, estaria em desvantagem. Por isso que digo que a base do governo municipal deveria apoiar, botar as coisas às claras para o povo de Fortaleza. O que tem hoje é jogo de empurra de responsabilidades”.