Lia sobre Cid e aliados mudarem de partido: "É muito difícil para a gente do PDT entrar no PT"

A parlamentar, que é irmã do senador Cid Gomes, ressaltou que os partidos disputam prefeituras no âmbito municipal, o que dificultaria a concretização da aproximação

15:00 | Nov. 21, 2023

Por: Vítor Magalhães
Deputada Lia Gomes (PDT) (foto: FERNANDA BARROS)

A deputada estadual Lia Gomes (PDT) descarta uma eventual filiação de deputados que querem sair do PDT para o PT. Para ela, as disputas locais nos municípios são um entrave para uma eventual aproximação.

Lia também comentou as recentes especulações envolvendo o seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT), que teria tido o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se filiar ao PT.

Cid afirmou que procuraria Lula para conversar sobre a questão. Para Lia, a conversa com o Lula sinaliza mais um "gesto de agradecimento" pelo convite do petista. Lia então explicou seu ponto de vista sobre a questão envolvendo o grupo.

"É muito difícil para a gente do PDT entrar no PT, porque a gente está disputando as prefeituras em pelo menos 50 municípios onde estamos com candidaturas competitivas. Acredito que (a conversa) é mais para agradecer o gesto. Não acredito nessa possibilidade da gente ir para o PT”, disse Lia.

A pedetista descartou ainda um cenário no qual Cid se filie ao PT, enquanto parte do grupo migraria para outro partido. Questionada sobre a possibilidade, Lia foi sucinta: “Não. Acho que ele vai marchar junto com a gente”, destacou durante entrevista ao O POVO no lançamento do Programa Ceará Por Elas, no Palácio da Abolição, nesta terça-feira, 21.

Cenário

Cid pode migrar de partido sem riscos de perder o mandato porque ocupa cargo majoritário. Entre os petistas entusiastas da ideia estão o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). Já o deputado federal José Guimarães (PT) tem ressalvas à migração, tendo publicizado que não há discussão formal sobre isso.

Nesta semana, o deputado estadual e ex-presidente do PT Ceará, De Assis Diniz, também preferiu adotar a cautela sobre o tema. "Nós não podemos secundarizar o peso político que tem o senador Cid nas alianças históricas. Eu, particularmente, acredito que não é razoável você trazer para dentro desse debate um grupo como um todo. Uma coisa é um convite ao senador. Uma coisa é um convite ao bloco”, disse na última segunda-feira, 20.

Outros possibilidades para Cid e seu grupo político são o Podemos, legenda comandada pelo prefeito de Aracati, Bismarck Maia, pai do deputado federal Eduardo Bismarck (PDT) interlocutor próximo ao senador, e o PSB, partido ao qual Cid já foi filiado e que atualmente é comandado pelo pai do ministro Camilo Santana, o ex-deputado Eudoro Santana.