Cid no PT: Uma coisa é o senador, outra coisa é o bloco dele, afirma De Assis Diniz

De Assis Diniz enfatiza que membros do bloco de Cid tem rivalidades históricas com filiados petistas. Ele, então, sublinha que há que se definir se o convite é ao ex-governador ou ao seu grupo

Deputado estadual e ex-presidente do PT no Ceará, De Assis Diniz estabeleceu diferença entre o que seria eventual filiação de Cid Gomes (ainda no PDT) ao PT e o embarque em massa do senador com seu bloco de pedetistas, alguns com histórico de rusgas com o petismo cearense. "O PT é um partido que tem toda uma estrutura, toda uma organização e que tem um debate interno, uma militância", disse De Assis.

"Nós não podemos secundarizar o peso político que tem o senador Cid nas alianças históricas. Eu, particularmente, acredito que não é razoável você trazer para dentro desse debate um grupo como um todo. Uma coisa é um convite ao senador. Uma coisa é um convite ao bloco."

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Conforme o parlamentar, existem disputas históricas internas entre filiados petistas e algumas "personalidades que compõem o bloco do Cid". Ele seguiu: "Acho que que o PT tem seus ritos, sua metodologia própria, o diretório estadual não foi provocado, sua executiva muito menos, suas lideranças nacionais que têm assento no diretório não estavam sabendo. Cabe sentar, discutir e principalmente a compreensão: é um convite ao senador ou é um convite ao grupo, ao bloco?"

De Assis enfatizou que o PT, no decorrer de sua trajetória, prezou por um modo de crescimento compatível com suas premissas ideológicas, isto é, um aumento orgânico do partido. 

"É natural correntes dentro do PT. Nunca tivemos debate de trazer um bloco inteiro para dentro do PT. Ou seja, nós estamos trazendo um partido para dentro de um partido. Esse debate foi superado ainda no seu segundo Congresso, quando o PT definiu que não tem partido dentro de partido", sublinhou Diniz.  

O Congresso ao qual De Assis faz menção foi intitulado "O Programa da Revolução Democrática para a construção de um Brasil livre, justo e solidário". Está prestes a completar exatos 24 anos. Ocorreu em Belo Horizonte, de 24 a 28 de novembro de 1999. No tópico 58, Construção Partidária, diz-se, entre outros pontos: "o ingresso no PT não se pode confundir com uma iniciativa de arregimentação para tendências, dirigentes, parlamentares, prefeitos ou governadores, mas implicar uma efetiva integração do novo filiado ao partido".

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Ainda no mesmo tópico, o PT define: "Não podemos aceitar filiações com o objetivo de contar número em encontros partidários que tacham o partido e não lhe trazem força e qualidade. É necessário o desenvolvimento de um processo de informação e formação política que retome, com novos e antigos filiados, o debate estratégico e das políticas públicas do PT formuladas para a atualidade."

Por ocupar um cargo majoritário, Cid pode migrar de partido a qualquer instante sem riscos de perder o mandato. O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o governador Elmano de Freitas (PT) são entusiastas de virtual filiação de Cid ao PT. O deputado federal José Guimarães (PT) tem ressalvas à migração.

Outros horizontes tidos como possíveis para Cid e seu grupo são o Podemos, comandado pelo prefeito de Aracati, Bismarck Maia, pai do deputado federal Eduardo Bismarck (PDT), e o PSB, ao qual Cid já foi filiado. Atualmente, a legenda socialista é comandada pelo pai de Camilo, Eudoro Santana

com informações do repórter Vitor Magalhães

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