Ministro Silvio Almeida: "Torturador é quem gosta de crime organizado"

No Ceará, o ministro dos Direitos Humanos mandou recados a adversários que tentam criminalizar as políticas de proteção à vida

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, fez duro discurso contra quem se coloca contra os direitos humanos no Brasil e mandou recados a adversários. Em visita ao Ceará para assinar termo de cooperação técnica entre a Assembleia Legislativa (Alece) e a pasta que comanda, Almeida rechaçou opositores que tentam vincular o governo Lula ao crime organizado.  

"Quem é contra as políticas de prevenção e combate à tortura, às políticas de proteção à vida, contra os direitos sociais, é a favor do crime organizado. Torturador, quem gosta de tortura, gosta de morte, de violência, é quem gosta de crime organizado. Quem é defensor dos direitos humanos é que faz política contra o crime organizado", afirmou. 

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A visita ao estado se dá em meio à crise provocada pelas reuniões de Luciane Farias, conhecida como "dama do tráfico amazonense", com secretários do Ministério da Justiça. Ela é esposa do líder do Comando Vermelho no Amazonas, o "Tio Patinhas". Além disso, o Ministério dos Direitos Humanos admitiu que pagou passagens áreas e diárias para Luciene participar do Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, realizado nos dias 6 e 7 de novembro. O gastos total foi de R$ 5.909,07.

Em sua fala, sem comentar diretamente o assunto, Silvio Almeida destacou a necessidade de criar um sistema de atenção e proteção aos direitos humanos para diminuir ou eliminar a letalidade. O objetivo é de que as pessoas continuem vivas e "cada vida é importante", disse.

O ministro afirmou que há uma tentativa de criminalizar os agentes dos direitos humanos e atacar esta agenda, e isso consiste em atacar a defesa da proteção à vida e combate à tortura.

"Há uma tentativa de tornar indigna a pauta dos direitos humanos e criminalizar agentes dos direitos humanos, de atacar a agenda de direitos humanos. Isso significa atacar o que aquilo que um agente de direitos humanos considera que é mais importante. A proteção da vida, proteção e combate a todas as formas de tortura", declarou.

E completou: "Nós temos que aprender com o Estado do Ceará, assim como nós temos que aprender também com outras experiências, assim como nós temos que aprender também com os movimentos sociais, com aqueles que praticam a política de direitos humanos". O ministro deixou o evento sem falar com jornalistas. 

 

Silvio Almeida cearense

Um dia após o também ministro Flávio Dino receber o título de cidadão cearense, o presidente da Assembleia Legislativa Evandro Leitão (PDT) anunciou que a honraria será entregue a Silvio Almeida. O deputado lembrou que o titular da pasta dos Direitos Humanos tem feito visitas frequentes ao Estado do Ceará e o chamou de "irmão cearense".

"Por isso é que vossa excelência estará recebendo também o título de cidadão cearense pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. Não apenas por vir aqui, mas pela contribuição que você tá dando ao nosso Estado. Seja bem-vindo mais uma vez, futuramente irmão cearense", declarou Evandro.

O ministro Silvio Almeida agradeceu a recepção no Ceará e também elogiou o presidente da Assembleia, a quem chamou de "futuro conterrâneo". "Vou poder entrar sem passaporte no Ceará", brincou Silvio Almeida.

 

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