Lia Gomes acusa André Figueiredo de usar PDT "em benefício pessoal"

Irmã de Cid e Ciro Gomes afirma ainda que racha dividindo a família tem sido "especialmente desgastante"

Aliada do irmão Cid Gomes (PDT) no atual racha entre pedetistas no Ceará, a deputada Lia Gomes (PDT) acusou nesta quarta-feira, 15, o presidente nacional em exercício do PDT, deputado André Figueiredo (PDT), de usar o partido em “benefício pessoal” e de atuar “de forma arbitrária” para evitar que a sigla seja “mais democrática” no Ceará.

“O André usa muito o partido em benefício pessoal, ele mantém todos os diretórios municipais em comissão provisória, porque aí ele tem possibilidade de intervir a qualquer hora”, disse Lia, em entrevista à Rádio O POVO/CBN. “Já aconteceu de ele tirar pessoas ligadas a deputados do PDT e colocar gente da oposição, mas que era ligada a ele”, disse.

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A fala ocorreu logo após Lia rebater acusação de André de que o grupo de Cid teria procurador prefeitos do PDT no Ceará para “exigir” a desfiliação deles do partido. Na última terça-feira, 14, reunião comandada por Cid em Fortaleza terminou com o anúncio da saída imediata de até 43 prefeitos cearenses dos quadros do pedetismo.

A deputada estadual, no entanto, rejeita que a saída tenha sido motivada por pressões. “Isso é conversa dele, os prefeitos estão saindo justamente por causa dessas ações arbitrárias do presidente (André) aqui. O Cid ouviu isso ontem de vários prefeitos. Tivemos uma reunião longa, com vários depoimentos. Essa decisão de desfiliação não foi tomada pelo Cid ou por nós deputados, ela é desde lá atrás”, afirmou.

Lia Gomes destaca que ainda não deverá se desfiliar agora do PDT, mas admitiu que briga no partido tem sido “especialmente desgastante” para ela, uma vez que a deputada é irmã de Cid e Ciro Gomes, que estão hoje em lados opostos do racha.

“Para mim tem sido especialmente desgastante esse processo, porque, para além do cargo eletivo, eu sou irmã do Ciro e do Cid. Então tem sido de um desgaste emocional enorme, afeta mesmo a saúde mental da gente. Mas assim, é aquilo que já falei, a nossa reação agora vai depender do que vier de lá”, diz, se referindo ao grupo do PDT Nacional.

Outro lado

Procurado pelo O POVO, André Figueiredo rejeitou tese de arbitrariedades dele no comando do PDT. Neste sentido, ele destaca que intervenção nacional do partido no comando local cearense foi decidida de maneira praticamente unânime em ato que reuniu “a totalidade dos presidentes de direções estaduais do partido”.

“Quem me conhece sabe, e eu não tenho passado político recente, só de PDT tenho 39 anos, e todos sabem que a arbitrariedade nunca foi minha característica. Sempre fui afeito ao diálogo, inclusive deputados que hoje tomam posição contrária a mim sabem muito bem que, no trato diário com nossos prefeitos, eu nunca tomei posição arbitrária, nunca retaliei ninguém que não votou no Roberto Cláudio na eleição passada”, afirma.

André ainda “inverte” a acusação de arbitrariedades, destacando passagens recentes de Cid pelo PSB e Pros. “O que é mais claro é: quem tem a arbitrariedade na característica? Basta ver a situação dos outros partidos por onde esse mesmo grupo passou nos últimos dez anos. Então, mais do que falas, os fatos comprovam muito mais”, afirma.

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