Líder do governo Lula defende que embaixador de Israel seja expulso do Brasil
Representante da diplomacia israelense, Zonshine se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última quarta-feira, 8, na Câmara dos Deputados
20:17 | Nov. 10, 2023
Líder do governo Lula, o deputado federal José Guimarães (PT) afirmou que, logo depois de concluída a repatriação de brasileiros na Faixa de Gaza, irá defender a expulsão do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine.
“Como a prioridade é repatriar os brasileiros, depois disso eu vou defender claramente que esse embaixador seja expulso do Brasil”, disse Guimarães em entrevista ao programa O POVO News nesta sexta-feira, 10.
Representante da diplomacia israelense, Zonshine se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última quarta-feira, 8, na Câmara dos Deputados.
Após a agenda, parlamentares bolsonaristas passaram a atribuir ao ex-mandatário interferência em favor dos brasileiros, cuja saída de Gaza havia sido liberada então.
Pelas redes sociais, Mario Frias (PL-SP) chegou a escrever que, “enquanto Lula passou todo esse tempo atacando Israel, Bolsonaro intercedeu pelos brasileiros que estão na Faixa de Gaza”.
Para Guimarães, contudo, “Bolsonaro nem fede nem cheira nessa discussão sobre a guerra e repatriação dos brasileiros”.
“Ele presta um desserviço à vida e ao processo de diálogo que a diplomacia brasileira está fazendo com Israel e demais países árabes para repatriar esses brasileiros”, criticou o líder petista ao O POVO News.
Ainda de acordo com o deputado, “se tem uma coisa que nosso governo está fazendo com êxito é essa política humanitária”, que já teria resgatado “ao menos de 1600 brasileiros e brasileiras” da zona de conflito entre Israel e Hamas.
O parlamentar lulista informou também que, neste momento, a prioridade do presidente é trazer de volta ao Brasil 34 cidadãos e cidadãs do país, que “a qualquer momento podem sair e cruzar a fronteira em direção ao Egito”.
Cumprida essa etapa, continuou Guimarães, “vamos discutir isso (a expulsão)”.
“Como é que um embaixador de um país que reconhecemos como estado vai se reunir com um governo que perdeu as eleições? É um desserviço à paz, à democracia e à questão humanitária. Nós temos plena consciência”, avaliou o petista.
As declarações do deputado cearense ecoam as de outros colegas de partido, a exemplo dos também deputados Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo, e Gleisi Hoffmann, para quem a “aliança espúria entre Bolsonaro e o embaixador de Israel é mais repugnante ainda porque envolve a segurança e a vida de cidadãos brasileiros”.
“É mentira que Bolsonaro foi o responsável pela liberação dos brasileiros em Gaza. Os responsáveis pela repatriação são o governo do presidente Lula e o esforço incansável da nossa diplomacia, sobretudo, do chanceler brasileiro, Mauro Vieira”, escreveu Lindbergh nas redes.