Intervenção do PDT nacional gera disputa por liderança da sigla na Alece

Após decisão da legenda nacional, deputado estadual Cláudio Pinho pode substituir Guilherme Landim na liderança da bancada

16:50 | Nov. 09, 2023

Por: Thays Maria Salles
FORTALEZA, CE, BRASIL, 11.11.2022: Assembleia Legislativa do Ceará faz audiencia sobre o orçamento federal. Dep. Guilherme Landim (Foto: Thais Mesquita/OPOVO) (foto: THAÍS MESQUITA)

A intervenção do PDT nacional que destituiu o senador Cid Gomes do comando estadual da legenda nesta quinta-feira, 9, gerou uma nova discussão: a liderança da sigla na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). A ação determina que o posto fique com o deputado estadual Cláudio Pinho, aliado ao presidente nacional interino André Figueiredo, e deixe de ser ocupado por Guilherme Landim, próximo ao senador Cid Gomes.

Segundo o deputado estadual Guilherme Bismarck (PDT), a mudança é errada visto que deve obedecer regimento interno da Casa parlamentar e não do partido.

"Mais uma ação sem muito conhecimento. Não sei quem está assessorando, mas [a decisão] é errada. Quem decide a liderança, no regimento da Assembleia, é o grupo. Então, a votação tem que ser feita na bancada, como foi feita e resultou na eleição de Guilherme Landim. A Assembleia é maior, nesse momento, que o partido. A Casa só reconhece uma liderança mediante o regimento interno dela, que prevê formação pelos pares do seu partido. É assim que é reconhecido", argumenta.

 

A troca no comando da sigla na Alece não foi informada a Guilherme Landim. O parlamentar diz ter sido informado da mudança pela imprensa. A situação é vista pela deputado como "retaliação" por seu nome estar na lista dos que pediram carta de anuência para deixar o partido sem perder o mandato.

"Não fomos comunicados. Soubemos pela imprensa. Hoje ficamos sabendo da vontade que eles têm de fazer mudança também na Assembleia. Vamos aguardar o que o partido encaminhará para a Assembleia. O diretório nacional precisa ler o regimento da Alece, que diz que a escolha é feita pela bancada. Então, vamos aguardar o que farão nesse próximo mês".

Questionado sobre nova deliberação no diretório estadual da legenda, Bismarck informou que o momento é de calma para traçar os próximos passos. "Iremos fazer [nova reunião]. A partir de agora, cada dia uma nova batalha, uma nova organização, nova estratégia. E devemos nos reunir em breve para discutir esses novos acontecimentos".

Sobre saída do PDT, o deputado afirma que permanece no partido. "Não vou ajuizar saída. Continuo no PDT. Estou com minha carta de anuência, que entendo como válida, mas estou no PDT hoje".

De acordo com o parlamentar, ter a carta não determina saída "automática", mas a possibilidade de escolher entre sair ou não da sigla. "Quem deve ajuizar, pelo o que estamos vendo no noticiário, é o PDT [nacional] contra a permissão da assinatura da carta de anuência, dada legalmente pelo presidente estadual Cid Gomes", complementou o Bismarck, que despistou ao ser perguntado se está em diálogo para migrar para outra legenda.

Com informações da repórter Júlia Duarte