Cidistas citam perseguição e atos arbitrários da direção nacional para justificar saída
Líder do governo Elmano na Assembleia, Romeu Aldigueri disse que a possível debandada vai fazer o PDT "caber dentro de um fusca com o motor quebrado e batido"O diretório estadual do PDT colocou em deliberação e aprovou nesta quarta-feira, 8, cartas de anuência de 23 filiados à sigla entre deputados estaduais, federais, suplentes e um vereador. Aliados do senador Cid Gomes (PDT), o grupo é uníssono na tese de que a instância nacional, presidida pelo deputado André Figueiredo, tem agido para persegui-los em meio a atos, segundo eles, arbitrários.
A deputada estadual Lia Gomes (PDT) afirma que o PDT do Ceará "teria dono", em menção a André. "Existe uma necessidade silenciar, de excluir, colocar para fora, para a gente que foi para a reunião no Rio de Janeiro chega a ser cômico a fala do presidente André que ele falou que foi desrespeitado. Foi feita uma convocação e uma nova eleição. Ele não aceita e vai tomando essas decisões um processo que ninguém nem entende o que é", avaliou sobre o processo de intervenção que a direção nacional instaurou em reunião do dia 27 de outubro.
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"É um momento triste. O PDT que eu me identifico bastante, não esperava que tivesse esse desfecho, infelizmente tem se tornado quase que uma entidade privada, são decisões arbitrárias, fora do estatuto, desrespeito ao desejo da maioria", apontou.
Líder do partido na Assembleia Legislativa (Alece), Guilherme Landim considerou que há um clima de "total falta de condição de convivência". A carta de anuência seria usada caso a Executiva Nacional siga com o processo de intervenção. "Foram feitas coisas de forma errada, colocou em votação, mesmo sem poder, uma intervenção, depois que eles viram que não podia, eles disseram que era a abertura de um processo no Conselho de Ética", apontou.
E seguiu: "Isso (a saída) não é algo que nós queremos, mas se for isso que a Executiva Nacional queira para o Ceará de dissolver e passar por cima na maioria que nos temos, realmente fica inviável a permanência desse grupo no PDT".
Líder do governo Elmano de Freitas (PT), o deputado Romeu Aldigueri (PDT) disse que a possível saída dos aliados do senador vai fazer o PDT "caber dentro de um Fusca com o motor quebrado e batido". Ele criticou a ala liderada por André, mencionando como uma minoria odiosa".
"Transformando o PDT do Ceará realmente num Fusca de motor quebrado e batido, num partido pequeno, menor, de uma minoria odienta, de uma minoria que não conversa, que não dialoga, que não respeita a maioria democrática do diretório, é um triste e lamentável", ressaltou.
Na mesma linha seguiu o deputado estadual em exercício Guilherme Bismarck (PDT). Ele reiterou a tese de que maioria da sigla em nível estadual vem sendo desrespeitada. "Diante dessas subsequentes ações que não respeitam a maioria democraticamente dentro de um partido, a gente se sente tranquilo de ter colocado que nos sentimos perseguidos e alheios aos processos dos partido e que pedimos carta de anuência", apontou.
Já o deputado estadual Cláudio Pinho (PDT), aliado de Ciro Gomes (PDT), afirmou que "já esperava" a decisão de saída dos parlamentares da sigla, e que os que permanecerão terão que reconstruir o PDT. "O partido será pequeno, sim. Mas não perderá a altivez. Continuará grande nas ideias", acrescentou.
Ele ainda comentou que o clima entre os parlamentares piorou deste a reunião nacional do PDT no Rio de Janeiro, em outubro. "Depois do que aconteceu no Rio, eu disse, igual aquele ditado, que não podia ficar pior. Acho que azedou (a relação entre os grupos). Ficou pior, o dialógico piorou", afirmou.
O parlamentar também acrescentou que as cartas de anuência já foram anuladas pelo comando nacional da sigla, e que a briga deverá se estender na Justiça. "O ruim é que essas pessoas ficam nesse sai ou não sai do partido. (...) ficam ocupando os cargos da sigla, das comissões", finalizou.
Nacional contesta tese
Ao colunista do O POVO, Carlos Mazza, André Figueiredo afirmou que o grupo tenta "criar factoides" e tarabalhar para destruir a sigla. "Foi um gesto apenas simbólico, que só sacramenta as ações de um grupo de está tentando destruir o partido desde o ano passado, sequencialmente, diariamente, desde que não apoiou nosso candidato ao governo, tudo a serviço de uma maioria cooptada, fajuta", disse.
Ele classificou como "inverídicas" falas dos parlamentares que se dizem vítima de perseguição pelo comando nacional do partido. "Onde é que houve perseguição? Pelo contrário, sempre tentamos compor. O próprio Evandro Leitão, que alegou não ter recebido do Fundo Eleitoral, sabe que ele recebeu porque não quis. Nós oferecemos a ele e temos como provar", seguiu.
Veja quem pediu para deixar a sigla
Deputados federais
Mauro Filho
Idilvan Alencar
Roberio Monteiro
Eduardo Bismarck
Leônidas Cristino
Enfermeira Ana Paula (Suplente)
Nilson Diniz (Suplente)
Deputados estaduais
Osmar Baquit
Guilherme Bismarck
Romeu Aldigueri
Lia Gomes
Sérgio Aguiar
Bruno Pedrosa
Oriel Nunes
Salmito Filho
Marcos Sobreira
Jeová Mota
Antônio Granja
Guilherme Landim
Helaine Coelho (Suplente)
Tin Gomes(Suplente)
Vereador
Júlio Brizzi
Colaborou Thays Maria Salles/ Especial para O POVO