Brasileiros ficam fora da lista de autorizados a sair de Gaza apesar de apelo do Itamaraty

Ainda que a liberação dos brasileiros siga sem previsão, a Força Aérea Brasileira (FAB) mantém um avião no Cairo, capital do Egito, só aguardando a autorização para resgatar o grupo

O Ministério das Relações Exteriores solicitou que brasileiros residentes da Faixa de Gaza sejam autorizados a deixar o território para retornarem ao Brasil. No entanto, o pedido do Itamaraty foi ignorado, e o grupo de 34 pessoas seguirá nesta sexta-feira, 3, no local sob bombardeio intenso de Israel.

“O ministro Mauro Vieira manteve há pouco novo contato telefônico com Sameh Shoukry, chanceler do Egito, no qual reiterou gestões pela liberação da passagem de Rafah para os brasileiros retidos em Gaza, para que possam entrar em território egípcio e ser imediatamente repatriados”, informou o órgão nesta quinta-feira, 2, em sua conta oficial do X, antigo Twitter.

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“Ainda sem brasileiros”, informou o embaixador do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, Alessandro Candeas. Ele é um dos responsáveis pelo processo de retirada de estrangeiros do cenário de guerra em Israel. O grupo atualmente é formado por 24 brasileiros, 7 palestinos buscando imigrar e 3 parentes deles.

O governo do Egito informou que a terceira lista de estrangeiros autorizados a sair de Gaza contém 571 pessoas com nacionalidade alemã, norte-americana, italiana, indonésia, britânica e mexicana.

De acordo com o embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho Neto, a retirada dos estrangeiros depende de uma autorização das autoridades israelenses.

"Para o governo egípcio, segundo nos foi dito mais de uma vez, não há qualquer dificuldade para autorizar imediatamente a entrada dos brasileiros no Egito, no entendimento de que eles irão em seguida para o Brasil", afirmou.

Ainda que a liberação dos brasileiros siga sem previsão, a Força Aérea Brasileira (FAB) mantém um avião no Cairo, capital do Egito, só aguardando a autorização para resgatar o grupo.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, havia conversado com o chanceler egípicio por quatro vezes. O processo de repatriação de estrangeiros e feridos graves em Gaza começou na quarta-feira, 1°, e já atendeu a quase mil dos 7 mil cidadãos autorizados a sair do território.

São cruciais no processo de libertação o Egito, Israel, EUA e Qatar, país do golfo Pérsico que detém parte da liderança do Hamas, grupo terrorista que controla Gaza e cujo ataque aos israelenses no dia 7 de outubro levou à guerra atual.

A saída dos estrangeiros é realizada por meio de Rafah, que interliga as cidades homônimas em Gaza e no Egito. O Cairo comanda os portões, no entanto, ali só é possível passar com uma negociação de segurança com Tel Aviv, que continua bombardeando a área enquanto concentra sua operação militar por terra no norte da Faixa de Gaza, a partir dos limites da capital do território.

Na última quinta-feira, 2, Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram ter cercado a Cidade de Gaza e iniciado combates em sua região central. Em Rafah estão 18 pessoas do grupo brasileiro, e 16 em Khan Yunis, cidade cerca de 10 km ao norte.

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