Partidos avaliam recuo de fundo eleitoral recorde para 2024
Proposta estipulava R$ 6 bilhões do fundão para eleições de prefeitos e vereadores. Aumento é criticado por membros do governo e pelo Senado
12:15 | Nov. 03, 2023
Líderes partidários estão reavaliando a aprovação do novo recorde para o fundo eleitoral de 2024, atualmente estimado em R$ 6 bilhões. Conversas entre membros de diferentes legendas se encaminham para estabelecer acordo no valor de R$ 4,9 bilhões. Dessa maneira, não haverá correção pela inflação como previsto. As informações são da Folha de S.Paulo.
O valor é o mesmo estabelecido no último pleito ano passado, mas o dobro se comparado às eleições municipais de 2020.
Leia mais
De início, o plano dos presidentes das siglas era correção de acordo com a inflação. O recuo se dá após revelação da articulação pelo aumento do gasto público na corrida eleitoral do próximo ano, o que tem causado críticas de membros do governo e do Senado.
A deliberação dos partidos por um novo recorde para o fundão gerou críticas de membros do governo, especialmente da área econômica, que tenta reduzir despesas. O Ministério da Fazenda é contra um valor acima de R$ 4,9 bilhões. O presidente Lula estipulou 900 milhões em projeto de Orçamento de 2024 para financiar as campanhas eleitorais.
Leia mais
A previsão para estabelecer o fundo eleitoral das eleições municipais é em dezembro deste ano, quando o Orçamento de 2024 será votado no Congresso. Em seguida, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divide o valor entre os partidos.
INTERESSES
Nos bastidores, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem mostrado resistência dos líderes da Casa ao fundo recorde. O argumento é de que o aumento seria absurdo se comparado a última eleição municipal. Eles defendem o teto de 2020, com correção pela inflação, o que chegaria a R$ 2,5 bilhões.
O pleito que elege prefeitos e vereadores é mais interessante para deputados do que senadores, porque ter um aliado na prefeitura abre vantagem na próxima eleição geral, em 2026.
Leia mais
Por essa razão, os representantes da Câmara compreendem a resistência do Senado como uma disputa por protagonismo. A situação se agrava após Lula dar espaço no governo para indicados políticos de deputados.
DISTRIBUIÇÃO
A divisão obedece critérios que consideram o tamanho das bancadas com base no resultado da eleição anterior. São eles:
• 2% distribuídos igualmente entre todas as legendas registradas
• 35% consideram a votação de cada partido que teve ao menos um deputado eleito na última eleição para a Câmara
• 48% consideram o número de deputados eleitos por cada partido na última eleição, sem levar em conta mudanças ao longo da legislatura
• 15% consideram o número de senadores eleitos e os que estavam na metade do mandato no dia da última eleição