Ex-secretário da Abin e braço direito de Ramagem vira coordenador na Polícia Federal

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, oficializou a nomeação de um ex-secretário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para um cargo de coordenação na Polícia Federal (PF). O delegado Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho será coordenador do Comando de Aviação Operacional, setor ligado à diretoria-executiva da corporação. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União em 11 de outubro.

Em 2020, Coelho atuava como secretário de Planejamento e Gestão na Abin; era uma espécie de braço direito de Alexandre Ramagem, diretor da Abin durante o governo Bolsonaro. Antes disso, no início do governo de Bolsonaro, o delegado trabalhou junto com Ramagem no Palácio do Planalto, como assessor especial na Secretaria de Governo.

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Como mostrou reportagem do Estadão, Coelho fazia parte de um grupo de delegados da PF de confiança de Ramagem levados para a Abin durante o governo Bolsonaro; esse grupo teria sido apontado por servidores do órgão como responsável por orientar informalmente a defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas.

À época, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência de Bolsonaro, Gustavo Bebianno, morto em março de 2020, chegou a acusar o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) de tentar implantar uma espécie de "Abin paralela" no Planalto.

Na semana passada, uma investigação da PF revelou que, sob o comando de Ramagem, a Abin teria espionado ilegalmente políticos, jornalistas, advogados, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e adversários do governo de Bolsonaro. O ex-diretor da agência é aliado de primeira hora do ex-presidente e amigo pessoal da família Bolsonaro. Ele foi eleito deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro no ano passado.

Responsável por assinar a nomeação de Coelho no Diário Oficial da União, Cappelli é braço direito do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Ele é cotado para assumir a pasta caso Dino seja indicado a uma vaga no STF. O secretário-executivo é um homem de confiança do ministro e foi secretário de Estado quando Dino era governador do Maranhão.

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