Indicação do cearense Teodoro Silva Santos é aprovada na CCJ do Senado
Desembargador do TJCE foi aprovado por unanimidade no colegiado. Indicação dele agora vai ser apreciada pelo plenário da CasaA indicação do desembargador cearense Teodoro Silva Santos para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi aprovada por unanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Teodoro foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar uma cadeira no STJ, sendo o único nordestino dentre os outros quatro nomes que disputavam a vaga.
Além de Teodoro, o desembargador José Afrânio Vilela e a advogada Daniela Teixeira também foram sabatinados. Os três indicados ao STJ foram aprovados e apreciados pelo plenário do Senado.
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Teodoro recebeu 27 votos a favor e nenhum contra, assim como o desembargador Afrânio Vilela. A advogada Daniela Teixeira recebeu 26 votos a favor e um contra. Estiveram presentes na sessão 27 senadores que compõem o colegiado.
Durante a sabatina, o senador Sergio Moro (União Brasil) questionou o posicionamento dos indicados em relação aos assuntos relativos à segurança pública, mais precisamente ao combate ao crime organizado.
“A minha primeira indagação aos senhores seria essa, sobre qual é o papel do Judiciário numa crise de segurança pública e se o Judiciário brasileiro não deveria ter uma posição mais dura em relação a essa criminalidade organizada, essa criminalidade de tráfico de drogas para que nós não percamos o controle”, questionou.
Em resposta, Teodoro reiterou a necessidade de combater o crime com políticas públicas em vez do uso da violência. “É um problema de ordem nacional, os estados todos enfrentam. A população clama por prevenção, a população clama por um combate à criminalidade”, seguiu.
“Nós não podemos perder de vista que, não se combate o crime cometendo o crime, porque se o juiz age com abuso de autoridade ele está cometendo um crime”, seguiu.
Outra pergunta de Moro foi referente ao papel do Judiciário em relação ao atendimento médico e à oferta de medicamentos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e entidades privadas.
“Qual que é a visão de vossas excelências em relação a esse tipo de demanda? Que tipo de parâmetro ou padrão vossas excelências entendem mais apropriado para resolver casos nessa espécie, seja envolvendo o SUS ou seja envolvendo planos privados de Saúde?”, perguntou Moro.
Em resposta, o desembargador cearense defendeu que o acesso à saúde é um direito do cidadão. Mas ponderou a necessidade de “ter cuidado com o desequilíbrio econômico, para não conceder liminar a todas as situações”.
“Nós sabemos que, qualquer que seja o plano de saúde, está em jogo o interesse público, está em jogo a dignidade da pessoa humana, está em jogo a saúde, a vida de alguém, de maneira que eu sou plenamente favorável que, os planos de saúde deva ser, a interpretação que deve dar é que seja uma aplicação extensiva”, defendeu.
“Quem está em estado de paciente, ou na iminência de morte, busca o Estado exatamente para recuperar aquela situação. Nós sabemos que a Constituição Federal diz que é dever do Estado, a saúde é um dever do Estado. Agora nós temos que ter cuidado com o desequilíbrio econômico, para não conceder liminar à todas as situações.
Teodoro reiterou que fornecer um plano de saúde às pessoas em estado de vulnerabilidade social é um dever da Constituição. No entendimento dele, o critério não se aplica àqueles cuja condições financeiras permitem a compra dos medicamentos.
“Nós devemos assegurar a Saúde, sobretudo, às pessoas carentes, às pessoas pobres, as pessoas que têm condição não podem utilizar, burlar a Justiça no sentido de buscar o que elas têm condições de pagar. Agora, negar o acesso à Justiça, negar o plano de saúde a uma pessoa pobre que está iminência de morte, eu acho que viola o que há de mais sagrado na Constituição, que é o princípio da dignidade da pessoa humana”, completou.
Descriminalização do aborto
O senador Magno Malta (PL-ES) questionou os indicados a respeito do posicionamento quanto à descriminalização do aborto. O desembargador cearense afirmou que vai seguir as orientações que a Lei Federal determinar.
“Como magistrado irei fazer, rigorosamente, o que a lei vai disciplinar com relação ao aborto. Porém, entendo que o melhor campo para que haja discussão seja justamente no âmbito do Congresso Nacional, casa daqueles que possuem a legibilidade popular para traçar os debates de política pública”, defendeu.
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