Justiça expede medida protetiva contra o deputado Da Cunha após ele agredir companheira

A aplicação das medidas cautelares previstas na Lei Maria da Penha foram deferidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), após grande repercussão do caso, que tramita em segredo de Justiça.

A Justiça deferiu uma medida protetiva contra o delegado e deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), após acusação de agressão contra a companheira, a nutricionista Betina Raísa Grusiecki, no último sábado, 14. No boletim de ocorrência registrado por Betina, o parlamentar teria cometido os crimes de lesão corporal, ameaça, injúria e violência doméstica. Ele nega as acusações.

A aplicação das medidas cautelares previstas na Lei Maria da Penha foram deferidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), após grande repercussão do caso, que tramita em segredo de Justiça.

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Deste modo, Da Cunha está proibido de se aproximar do apartamento em que morava com Betina, devendo contatar uma pessoa para retirar os objetos pessoais dele do local.

Para além disso, o parlamentar deve manter-se afastado da nutricionista, sendo determinado um limite mínimo de distância entre ambos de 300 metros e não poderá manter contato com ela e com testemunhas por qualquer meio de comunicação e redes sociais.

As determinações são válidas pelo prazo de 90 dias. Caso haja descumprimento, Da Cunha poderá ser preso em flagrante, ou, ter contra si decretada a prisão preventiva à garantia da execução das medidas.

Betina relatou à Polícia Civil que tinha união estável com o deputado há três anos e morava junto com ele. Conforme o depoimento dela às autoridades, Da Cunha estava bêbado quando começou a discutir com ela, na noite do último sábado, 14. Ela pontua que em determinado momento ele começou a xingá-la de “lixo” e “putinha”.

Posteriormente, o delegado teria dado início às agressões. Segundo a vítima, ela chegou a desmaiar após o parlamentar apertar o pescoço e bater a cabeça dela na parede. Betina disse que, quando acordou, viu o homem voltar em sua direção e, em sua defesa, jogou um secador de cabelo nele.

O delegado teria voltado a bater a cabeça da companheira na parede e feito ameaças: “Vou encher de tiros a sua cabeça, vou te matar e vou matar sua mãe”, teria dito Da Cunha, pouco antes de quebrar o óculos e destruir as roupas da mulher, segundo o boletim de ocorrência.

No documento, Betina informou que sabia do histórico agressivo de Da Cunha com uma ex-companheira dele. Ela solicitou a medida protetiva e foi orientada sobre os direitos.

A assessoria de imprensa do deputado Da Cunha informou, por meio de um comunicado, que ele nega veementemente ter agredido a companheira. “Houve uma discussão, em meio à comemoração de seu aniversário, mas em nenhum momento ocorreu qualquer tipo de violência física de sua parte”, consta a nota.

Ainda segundo a defesa, os fatos “ficarão comprovados no decorrer do inquérito”

Trajetória de Da Cunha

Da Cunha foi eleito deputado federal por São Paulo em, sendo o 24° candidato mais votado. Ele obteve 181.568 votos pelo Progressistas.

Ele passou a ganhar notoriedade nas redes sociais após publicar vídeos que mostram operações policiais e o dia-a-dia dos agentes. Em 2021, ele comentou, em seu canal no YouTube, que tinha sido afastado das ruas e teve de entregar as armas e o distintivo. A determinação ocorreu após o delegado insinuar que “há ratos dentro da Polícia”.

A declaração foi feita durante uma participação dele em um podcast com o ex-vereador do Rio e ex-PM Gabriel Monteiro. Na ocasião, Da Cunha falou “que há grande corrupção no alto escalão da PM do Rio de Janeiro" e, posteriormente, afirmou que há ratos dentro da Polícia. Gabriel Monteiro teve o mandato cassado em 2022 e está preso desde então acusado de estuprar uma estudante de 23 anos. Ele também réu de um outro processo após a Justiça aceitar denúncia de que armazenaria vídeos no telefone de um abuso sexual dele a uma adolescente. 

Em 2021, Da Cunha pediu licença de dois anos da Polícia Civil e, em seguida, confessou publicamente que encenou o vídeo de flagrante de um sequestro em uma comunidade de São Paulo, em julho de 2020. Este ano, o delegado teve suas armas e o distintivo devolvidos.

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