Baquit critica Figueiredo e Lupi: "Podem ser donos do partido, da verdade não"
Parlamentar defendeu ainda que um grupo de deputados cearenses compareça à reunião convocada por André Figueiredo, para o fim deste mês, na qual a Executiva Nacional debaterá o impasse do partido no CearáO deputado estadual Osmar Baquit (PDT) criticou as recentes movimentações do presidente nacional interino do PDT, André Figueiredo, que marcou uma reunião da Executiva Nacional para o próximo dia 27, a fim de debater o imbróglio que se arrasta há meses no diretório estadual da sigla. Há a expectativa de que haja intervenção nacional na Executiva do Estado.
Baquit defendeu que um grupo de deputados cearenses vá à reunião e criticou André e o presidente licenciado, Carlos Lupi (PDT), por agirem como donos do partido.
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“Não dá mais para fazer de conta. Convoca-se uma reunião, o partido que tem um dono. O PDT tem um dono, que é o senhor Carlos Lupi. E aqui (no Ceará) é o senhor André Figueiredo. Tem um dono. Alguém imagina que a reunião (nacional) será diferente do que vou dizer? Vão chancelar uma decisão contra nosso grupo político”, disse na tribuna da Assembleia Legislativa (Alece) nesta quarta-feira, 18, reforçando que o grupo do senador Cid Gomes (PDT) entrou na Justiça para reverter liminar que suspendeu eleição da executiva estadual na última segunda-feira, 16.
E seguiu: “Eu defendo, e disse hoje ao senador Cid, que temos que ir à reunião do dia 27. Nem que não possamos entrar na sala, mas o senador Cid é da Executiva, então vai entrar. Defendo que um grupo de deputados estaduais e federais vá à reunião para mostrar ao PDT que eles não são donos da verdade. Podem ser donos do partido, da verdade não. Eu quero ir lá pessoalmente”, disse.
Baquit avaliou que o partido perdeu a credibilidade e disse que esperaria a “novela mexicana” que se tornou o PDT até dezembro. "A vontade de permanecer no PDT é unicamente em respeito ao senador Cid (...) Mas eu acho que já deu. A gente tem que entender que tudo tem um limite. O deputado André descumpriu um acordo com Cid”, alegou, lembrando acordo firmado entre ambos em que André se licenciaria do comando estadual da sigla e seria candidato à presidência do PDT cearense no fim deste ano, com apoio de Cid.
“O acordo que estava colocado era: Cid vai até dezembro e depois vota no André para ser presidente do partido. Já imaginou? O Cid ajeita o bolo, fica noivo, mas quem casa é o André. Ainda é um erro, mas democraticamente o Cid aceitou”, disse.
O referido acordo entre os grupos de Cid e de André se encerrou mais cedo, no último dia 2, com o retorno de Figueiredo à presidência. Na ocasião, André justificou o retorno alegando que atuação de Cid estaria em desacordo com o combinado. "Não tinha vontade de fazer isso, mas os acordos não estavam sendo cumpridos", disse à época.
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Dias antes do retorno de Figueiredo, em 29 de setembro, uma reunião do diretório pedetista terminou em briga após ter sido cogitado se votar internamente uma posição oficial do PDT de apoiar ou não o governo de Elmano de Freitas (PT). Embora o tema tenha sido retirado de pauta naquela noite, houve grande bate-boca dentro da sede pedetista, com André e aliados deixando o local antes do fim e alegando haver “ditadura” dentro do partido.
Nesta quarta-feira, Baquit usou a tribuna da Alece para reforçar o argumento de que uma eventual derrota interna do grupo do senador Cid Gomes, que tem maioria na Executiva Estadual, pode gerar uma saída em massa da sigla. “A saída do Cid Gomes, vamos deixar talvez dois, um com cadeado e um com a chave do partido. Cid levará de 80% a 90% não só de deputados, mas de eleitores, filiados ao partido", projetou.
E completou: "Levará porque foi um grande prefeito de Sobral, um grande governador, um ótimo senador e um líder político. E o outro lado? Um lá no Rio de Janeiro, encastelado. O outro, aqui, não reúne o partido, não conversa com ninguém. É um partido que já não tem mais a confiança da maioria do povo. Estou (no PDT) em atenção a Cid e na hora que ele sair, sairei junto com ele.