Quem é Daniel Noboa, presidente eleito mais jovem da história do Equador

Daniel Noboa Azín dará continuidade ao mandato do presidente Guillermo Lasso, que dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições antecipadas em meio a um processo de impeachment após acusação de peculato e corrupção passiva.

O empresário Daniel Noboa, de 35 anos, foi eleito presidente do Equador neste domingo, 15, com 52,3% dos votos, tornando-se o chefe de Estado mais novo da história do país. A vitória de Noboa colocou a oponente, a advogada Luisa González, em segundo lugar na disputa, com 47,7% dos votos. O mandato de Noboa começa em dezembro deste ano e seguirá até maio de 2025.

Daniel Noboa Azín dará continuidade ao mandato do presidente Guillermo Lasso, que dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições antecipadas em meio a um processo de impeachment após acusação de peculato e corrupção passiva.

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O presidente recém-eleito pertence a uma família de empresários multimilionários de Guayaquil. Seu avô, Luis Noboa Naranjo (1916-1994) foi o responsável por fundar a Exportadora Bananera Noboa e chegou a ser o considerado o homem mais rico do Equador.

Álvaro Noboa Potón, pai de Daniel, ampliou os negócios da família para além da banana, começando a gerir uma rede multinacional de empresas sob a bandeira do Grupo Noboa.

A trajetória econômica da família, no entanto, foi afetada por alegações de evasão fiscal e exploração laboral.

Álvaro Noboa foi o primeiro a adentrar na política, iniciativa recorrente em famílias com poder econômico no Equador e, principalmente, em Guayaquil, capital comercial do país.

Contudo, o desejo de Álvaro de chegar à presidência foi em vão, tentou alcançar o cargo cinco vezes. Nas eleições de 2006 esteve perto, no entanto, perdeu no segundo turno para Rafael Correa, que liderou o país até 2017.

Trajetória acadêmica

Daniel Noboa formou-se em Administração de empresas na Universidade de Nova York, administração pública em Harvard Kennedy School. Além disso, fez mestrado em Governança e Comunicação Política na Universidade George Washington.

Aos 18 anos, Daniel fundou uma empresa de organização de eventos intitulada DNA Entertainment Group, e só recentemente ingressou na política. Em 2021 foi eleito deputado e tornou-se presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico do Parlamento.

Após a dissolução do Legislativo, com a ativação nomeada morte cruzada (dissolução da Assembleia e convocação de novas eleições) pelo então presidente Lasso, em maio, Daniel mostrou-se disposto a disputar o pleito, com um perfil diferente do de seu pai.

Dentre as diferenças, Noboa classificou-se como sendo um candidato de centro-esquerda, atento às ideias sociais progressistas, como apoio à comunidade LGBTQIA+ e com forte ênfase na educação. Seu pai, por outro lado, era classificado na direita política.

Outro aspecto que difere pai e filho é o fato de Daniel ter desenvolvido uma oratória superior a de Álvaro e, por este motivo, ele conseguiu fazer com que suas ideias chegassem ao eleitorado.

A votação

O presidente eleito disputou o cargo com a advogada Luisa González, aliada do ex-presidente Rafael Correa. Daniel Noboa terá como maior desafio lidar com o aumento da violência no país.

A eleição ocorre após o candidato à presidência Fernando Villavicencio ser assassinado por grupos ligados ao narcotráfico durante um comício em agosto deste ano. Além dele, outros oito lideranças políticas locais foram mortos durante campanha política.

Por esta razão, os presidenciáveis tiveram de votar usando coletes à prova de balas, acompanhados por agentes de segurança armados. Eles utilizaram o momento para clamar pelo fim da violência no país.

O Equador se transformou, nos últimos anos, num centro de operação de cartéis do tráfico de drogas. Cerca de 100 mil militares e policiais foram mobilizados em todo o país para garantir a segurança durante a votação.

Conforme o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) cerca de 82,33% dos 13,4 milhões de equatorianos participaram da votação obrigatória. No período da tarde, surgiram denúncias acerca de fraudes após a circulação nas redes sociais de imagens de pessoas preenchendo cédulas a favor de Noboa em um local de votação.

No primeiro turno, González obteve 34% dos votos, enquanto Noboa 23%. No entanto, várias pesquisas apontaram um aumento nas intenções de voto para o empresário.

Propostas

No que tange o compromisso de Daniel com a população equatoriana, o eleitorado jovem acredita que ele é uma nova alternativa política, com propostas originais para mitigar os problemas no Equador.

A geração de emprego e renda e a redução da violência no país seguem sendo os pilares da gestão. Segundo Noboa, a luta contra o crime tende a ser enfrentada com “mão firme” para “restaurar a paz nas famílias”.

A oponente de Noboa, Luisa González, propunha um Estado mais solodário após as gestões de direita, que sucederam Correa, condenado a oito anos de prisão por corrupção. Uma eventual vitória de Luísa era vista por muitos como o retorno do ex-presidente, que vive exilado na Bélgica desde 2017.

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