Karol Eller: quem era a influencer bolsonarista que morreu aos 36 anos
A mineira publicou no Instagram, na noite dessa quinta, 12, uma mensagem que dava a entender que tiraria a própria vida. Publicamente lésbica, Karol tinha uma trajetória controversa com a população LGBTQIA+, ao lado da família Bolsonaro
A influenciadora bolsonarista Karol Eller morreu na noite dessa quinta-feira, 12, em São Paulo, aos 36 anos. Confirmada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), a informação comoveu figuras políticas de direita.
Por volta de 22 horas, a mineira publicou, no Instagram, uma mensagem que dava a entender que tiraria a própria vida. No texto, deixou o endereço de sua casa e pediu perdão “por causa toda essa dor aos que me amam”.
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Pelo Twitter, Nikolas escreveu que estava “praticamente sem forças” por conta da morte e desejou conforto aos familiares de Karol. Outros políticos também se manifestaram, como o senador Flávio Bolsonaro, o vereador Fernando Holiday, o deputado estadual carioca Thiago Gagliasso e o deputado estadual paulista Paulo Mansur.
A família descobriu o falecimento de Karol por meio das redes sociais, contou Renato de Oliveira, irmão da influencer, ao portal Metrópoles. “Não tenho palavras para descrever, mas a ficha ainda não caiu”, disse ele.
Renato revelou que o corpo de Karol — cujo nome de batismo é Flávia Caroline de Andrade Eller — será enterrado em Governador Valadares, no interior de Minas Gerais, município onde ela nasceu.

Morre Karol Eller: trajetória recente na política
Karol foi promotora de eventos e gravava vídeos de seu dia a dia pessoal e profissional nos Estados Unidos, onde residia. O material era publicado nas redes sociais e no YouTube e atraiu atenção de políticos de direita, incluindo a família Bolsonaro. Karol tinha uma relação mais próxima com Jair Renan, filho “04” do ex-presidente, e os dois apareciam juntos em diversas ocasiões.
Em 2019, Jair Bolsonaro a nomeou para um cargo comissionado de “assessor I” na Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Karol recebia quase R$ 11 mil mensais pela função, segundo O Globo. A mineira foi exonerada do cargo no começo de 2023 por sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Após a exoneração, Karol alegou perseguição “da esquerda”. “Estão procurando culpados, mas cabe a cada um de nós apresentar provas, pois fatos não podem ser contestados, de que nossa intenção era participar de uma manifestação pacífica, conforme assegura a constituição”, escreveu ela.
Karol foi então nomeada assessora de Paulo Mansur, em março. Sua filiação ao Partido Liberal (PL) veio em julho. Nos últimos meses de vida, Karol focou no ativismo online. Seus perfis no Instagram e no YouTube estão indisponíveis, o que indica que podem ter sido desativados.

Morre Karol Eller: polêmicas com LGBTQIA+
Karol era conhecida por ter publicamente se identificado como lésbica, apesar de sua ligação com figuras controversas por comentários contra a população LGBTQIA+.
Em um vídeo de campanha, ela defendeu que Bolsonaro não era homofóbico e citou “ideologia de gênero” e “sexualização de crianças” como motivos para pessoas LGBTQIA+ criticarem o ex-presidente.
“Sexualidade não define ninguém; o caráter, sim”, bradou ela no vídeo. Em outras gravações, Karol chamou de “vitimismo” o movimento político LGBTQIA+, pois “não é porque um gay morreu assassinado que é homofobia”.
Em dezembro de 2019, após ser nomeada para a EBC, a mineira afirmou ter sido vítima de um ataque homofóbico na Praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde estava com uma ex-namorada. A polícia carioca descartou a motivação e revelou que ela iniciou a discussão. Karol virou ré por calúnia, porte ilegal de arma de fogo e lesão corporal.
Depois de um retiro religioso, em setembro último, a influenciadora anunciou que havia se convertido ao cristianismo e iria “abandonar as práticas homoafetivas”: “Renunciei os desejos da minha carne para viver em Cristo”.
Karol Eller tem parentesco com Cássia Eller?
Karol é prima de terceiro grau da cantora Cássia Eller, que faleceu em 2001 e ficou famosa pelas músicas “Malandragem” e “Palavras ao Vento”.
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