Dilmara Amaral assume Prefeitura de Limoeiro do Norte após prefeito tirar licença

No início da semana, MPCE entrou com ação contra o prefeito em que pedia o afastamento dele e pagamento de multa por ausência na gestão

A vice-prefeita de Limoeiro do Norte, Dilmara Amaral (PDT), tomou posse nesta quinta-feira, 12, como titular do município. A transmissão do cargo foi feita na Câmara Municipal, após o prefeito José Maria Lucena (PSB) pedir licença por 120 dias

Os vereadores convocaram uma sessão extraordinária neste feriado e aprovaram o decreto que autorizou a licença de Lucena por unanimidade. A agora prefeita leu juramento e assinou o termo de transmissão. A solenidade foi acompanhada pela população que ocupou espaço na Câmara.

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O gestor protocolou o pedido na Câmara de vereadores ainda na quarta-feira, 11, solicitando afastamento do cargo. "Excelentíssimo presidente da Câmara de Limoeiro, eu, José Maria Lucena, prefeito de Limoeiro do Norte eleito para o período de 2021 a 2024, venho perante vossa excelência e seus pares requerer que concedam minha licença do cargo de prefeito pelo prazo de 120 dias", diz o documento encaminhado ao Poder Legislativo.

Investigação

A movimentação acontece em meio a pressões do Ministério Público que, no início da semana, entrou com ação contra o prefeito por ausência das funções no município, fruto de uma investigação conduzida na 1ª Procuradoria de Limoeiro do Norte. Foi solicitado ao Poder Judiciário tanto o afastamento de Lucena por 120 dias como sanção para que o gestor pague uma multa e faça a devolução de recursos. A soma dos valores fica na casa dos R$ 333 mil. 

O POVO testemunhou a situação em Limoeiro do Norte. Leia aqui: Sussurros, desconforto e salas vazias: um dia na cidade em que ninguém vê o prefeito.

Prefeito sumido

Desde o início do ano, é apontada a ausência do gestor do cotidiano da administração, sem que o cargo tenha sido transferido à vice-prefeita, Dilmara Amaral (PDT). Ela e o prefeito romperam politicamente.

Após denúncia, o MPCE abriu investigação sobre a ausência. As informações, que constam nos autos do processo e que circulam na cidade, apontam que o gestor está doente e tem se ausentado para tratamento renal, realizando hemodiálise em Fortaleza.

Vereadores de Limoeiro do Norte arquivaram há duas semanas denúncia contra o prefeito por acusação de ausência do município por período superior a 15 dias. Foram 9 contra, 4 a favor e 1 abstenção. É a segunda vez que o pedido de investigação é rejeitado na Câmara. Lucena não faz aparições públicas há oito meses. A última, conforme a oposição, foi em 12 de janeiro.

Quem é a nova prefeita

Dilmara é dentista de formação, mas vem de uma família tradicional da política de Limoeiro do Norte. o pai dela, João Dilmar da Silva, foi prefeito por três mandatos e, em 2016, foi vice na chapa de Lucena. Na prática, os dois, Lucena e a Dilmara representam grupos políticos diferentes e que romperam após alguns meses após eleição.

Com a ausência do prefeito e o início das investigações, um acordo chegou a ser ensaiado em meados de agosto para que Dilmara assume o cargo, com uma possível licença de Lucena. A movimentação foi iniciada, mas não chegou a ser concluída porque, conforme apurado pelo O POVO, os termos seriam que a vice não poderia realizar modificações na gestão. 

É comum que vices rompidos com os chefes do Executivo, quando assumem as gestões, realizem demissões em massa de secretários e funcionários de cargos comissionados. Atualmente, pelo menos titulares têm algum vínculo familiar com o prefeito.

O que disseram os vereadores

Presidente da Câmara, Darlyson de Lima Mendes (PSD), o Paxá, avaliou que o município enfrenta "o momento mais difícil da história" da cidade. "Um dia hoje históricos da nossa cidade. E eu venho dizendo é um dos momentos mais difíceis da nossa história de Limoeiro do Norte. Nós precisamos de muito equilíbrio, muita calma para que a gente possa fazer o melhor para nosso povo, independente de A ou B", afirmou. 

Ele avaliou que a nova prefeita terá uma "grande missão", especialmente de unificar o cenário político no município e na própria Câmara. "O momento não é bom, não é para a Limoeiro, é para todo Brasil. Independente de governo A ou B. Vamos tirar a emoção de lado."

Da oposição, Cabo Rubem (PL) disse que há o sentimento de "dever cumprido", mas ressaltou que o objetivo de suas falas e cobranças na Câmara não apenas para a troca de prefeito. "Era conscientizar não só a classe política, mas a população que precisava alguém estar sentado na cadeira do prefeito", pontuou. O vereador pontuou que a pressão seria um pedido popular e a mudança seria "porque a lei está sendo feita".

Ele e outros vereadores ressaltaram a trajetória do prefeito afastado, que chegou a ser presidente do Tribunal Regional Federal da 5.ª Região. 

O que quer a prefeita empossada

Dilmara declarou que seria um momento de união e que irá trabalhar com novos projetos para o crescimento do município. "No nosso governo podem esperar transparência, responsabilidade e o compromisso sólido com o bem-estar da nossa população", ressaltou.

Ela também destacou que seria um dos momentos mais difíceis do município. "Com todo respeito ao prefeito José Maria Lucena, um grande homem, que fez história", acrescentou. 

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