Brizzi critica Figueiredo em crise do PDT: "Não sabe jogar, mas é dono da bola"

Vereadores aliados de Cid Gomes dizem lamentar volta de André Figueiredo ao comando do partido no Ceará

Os vereadores pedetistas Júlio Brizzi e Enfermeira Ana Paula avaliaram o retorno de André Figueiredo ao comando do partido no Ceará como uma iniciativa “lamentável”. Ambos defendem que Cid Gomes continue na presidência do diretório estadual do PDT, uma vez que o acordo firmado entre o senador e o deputado federal alegava que Cid ocuparia o posto até o fim de dezembro.

De acordo com Brizzi, a discussão entre os membros do partido durante reunião na última sexta-feira, 29, serviu como argumento para que Figueiredo assumisse novamente a liderança do partido, que estava sob comando de Cid desde julho deste ano.

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“Talvez esse movimento de sexta tenha sido pra criar um argumento para essa retomada, que achei uma coisa totalmente lamentável”, avaliou nesta terça-feira, 3.

O vereador associou a conduta de Figueiredo como a um menino que tem uma bola. “É dono da bola, não sabe jogar, mas é dono da bola. Então o pessoal só joga se ele jogar também, porque ele é o dono da bola”.

Brizzi comentou que a mudança na liderança da legenda impacta diretamente na relação dos integrantes do partido, uma vez que, no período em que Cid ocupou o cargo, foram realizadas diversas reuniões com os membros com o intuito de “tentar juntar o partido”, mas agora, o retorno de André “desmontou tudo”.

“O partido estava tendo reuniões frequentes agora, que era algo que não tinha antes. Reunião da executiva aberta para as pessoas, reunião do diretório estadual. Estava tendo debates”, seguiu. “É um movimento para tentar juntar o partido, e agora o André desmontou tudo, infelizmente”.

A vereadora Enfermeira Ana Paula, que retornou à Câmara Municipal nesta terça-feira após assumir mandato temporariamente como deputada federal, também lamentou a crise no PDT. No entendimento dela, as dissidências internas colaboram para que a legenda fique conhecida como “um partido que não se entende”.

“Eu achei um ato muito desrespeitoso, muito prejudicial para o PDT, inclusive. Uma das falas que pude ver em jornais, do deputado André Figueiredo, foi a de que ele alegou que o senador Cid não estava fazendo as ponderações para poder manter a harmonia do grupo e eu acho que, ele ocasionando essa intervenção, foi o que fez com que o partido voltasse a ocupar as manchetes dos grandes jornais como um partido que diverge internamente”, explicou.

“A gente já tinha conseguido apaziguar isso internamente, já estava conseguindo reestruturar o partido do ponto de vista administrativo, do ponto de vista das comissões, das gestões municipais e aí fomos surpreendidos com mais essa decisão arbitrária que levou, novamente, o PDT para as páginas dos jornais como um partido que não se entende”, acrescentou.

A vereadora mencionou a divergência que ela, junto ao vereador Júlio Brizzi, discutem com o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), que apoia o retorno de Figueiredo à liderança do partido

“Eu e o vereador Júlio Brizzi, temos diversas divergências com o prefeito Sarto, mas em nenhum momento a gente ataca o partido porque ele é a nossa instância maior, é por ele que a gente baseia as nossas atuações aqui na Câmara do Vereadores como em outros lugares que a gente ocupe”, pontua.

O diretório estadual do PDT estará reunido no próximo dia 16 para votar qual dos dois pedetistas ficará à frente do partido.

“Não é justo que nós tenhamos que viver, novamente, tudo isso com uma quebra de acordo que não partiu do senador Cid Gomes, mas sim do deputado federal André Figueiredo. E o mais chato é que essa confusão, que já tinha sido apaziguada, já tinha sido superada, voltou aos jornais como um tema da política com a notoriedade de nós não nos entendermos”, acrescentou.

“Eu temo muito que o PDT saia da condição de maior partido para um partido pequeno, mas essa preocupação é uma preocupação nossa, que compomos o grupo do senador Cid, o outro grupo não está preocupado se o PDT vai se transformar, novamente, em um partido pequeno e nanico, a preocupação deles é se perpetuar no poder da prefeitura de Fortaleza”, finalizou.

Entenda o caso 

Na última sexta-feira, 29, a reunião do diretório estadual do PDT foi encerrada após confusão entre os membros. As discussões começaram quando o senador Cid Gomes colocou em pauta a deliberação sobre o partido apoiar ou não o governo Elmano de Freitas (PT).

O assunto causou muita discussão e, a pedido do presidente nacional da sigla, André Figueiredo — licenciado da presidência estadual — pediu que o assunto fosse retirado de pauta. Mesmo com a decisão de não votar o tema, houve muita confusão.

Na manhã da segunda-feira, 2, Figueiredo anunciou que estava retornando à presidência do diretório. 

"Em decorrência dos últimos acontecimentos, tive de retomar ao comando do partido. Não tinha vontade de fazer isso, mas os acordos não estavam sendo cumpridos", disse André, que sairá da licença que havia tirado do comando local do partido em acordo com o senador Cid Gomes (PDT). 

 

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