Eleição para o Conselho Tutelar gera polêmica na Câmara Municipal de Fortaleza

Vereadora critica líder do governo na Casa por ter pedido votos para candidatos a conselheiro tutelar

16:35 | Out. 03, 2023

Por: Luíza Vieira
Vereadores serão eleitos em 2024 para os próximos quatro anos (foto: Érika Fonseca/CMFor)

Após o vereador Carlos Mesquita (PDT) agradecer à população de Fortaleza por ter votado nos candidatos indicados por ele ao Conselho Tutelar, a vereadora Adriana Nossa Cara (Psol) criticou o parlamentar, que é líder do governo José Sarto (PDT) na Câmara Municipal (CMFor), afirmando que ele cometeu um crime eleitoral ao incitar o voto.

"Eu gostaria de agradecer aqueles que votaram naqueles que eu pedi e dizer que, dentro dessa conjuntura que aconteceu no Brasil inteiro, queria parabenizar todos aqueles que fazem o Conselho”, pontuou Mesquita.

“Cometeu um grave erro que foi agradecer as pessoas que votaram nas pessoas que ele indicou. Se ele não sabe, a legislação do nosso município veta que vereadores se posicionem na eleição do Conselho Tutelar. E se ele cometeu isso, ele cometeu um crime eleitoral. Então nenhum vereador desta Casa pode fazer campanha, pedir voto, indicar voto, isso é vetado”, disse Adriana.

“Foi muito grave essa fala dele e é isso que garante que não tenhamos uma lisura no processo da eleição do Conselho Tutelar. Não sei se ele se acalorou na fala dele, mas é esse tipo de coisa que acaba fortalecendo a minha crítica à eleição do Conselho Tutelar. É uma eleição desigual. Uns têm dinheiro, outros não têm. Uns têm apoio de vereador, minha gente. Tá errado isso”, completou a vereadora.

O processo eleitoral para a escolha de conselheiros tutelares, realizado no último domingo, 1° de outubro, foi um dos tópicos pontuados por Adriana na sessão desta terça-feira, 3. Durante o discurso, a vereadora cobrou organização no processo, bem como a escolha de candidatos que fossem “comprometidos com a infância”. Ela ainda teceu críticas aos poucos locais de votação, e mencionou as denúncias de compra de votos, de boca de urna e de transporte ilegal de passageiros.

“É uma eleição desigual, onde os candidatos não têm recursos. Não existe o fundo eleitoral, por exemplo, onde quem tem um pouco mais de dinheiro consegue imprimir material, consegue fazer uma campanha mais digna. Enquanto tem outras que não recurso nenhum”, disparou.

Carlos Mesquita rebateu as críticas da vereadora e disse que a eleição para o Conselho Tutelar foi um sucesso. “Todos os erros (no processo eleitoral) foram normais, mas foi com tranquilidade. Essa de comprar voto, conselheiro lá tem dinheiro pra comprar voto. Isso é conversa fiada", rebateu Mesquita.