Baquit defende reunião para destituir André no PDT e prevê "revoada" se Cid perder presidência
Deputado Osmar Baquit, aliado do senador Cid Gomes, projetou que o partido sofrerá "revoada" de lideranças caso Cid seja, de fato, afastado do comando da legenda no CearáO deputado estadual Osmar Baquit (PDT) defendeu, em entrevista à rádio O POVO CBN, que o partido convoque uma reunião para destituir o Diretório Estadual, que voltou a ser comandado pelo deputado federal André Figueiredo (PDT), nesta segunda-feira, 2, após o parlamentar realizar reunião para reassumir o controle da legenda, que estava sob tutela do senador Cid Gomes (PDT).
“Não resta outra coisa, na minha opinião, a não ser o Cid e nós convocarmos uma reunião,
como vínhamos fazendo naquele tempo (há alguns meses), para destituir a que foi nomeado agora. Como houve uma trégua e o Cid assumiu a presidência, bacana. Minha opinião é que deveríamos, quem é ligado ao Cid, convocar aquela reunião que não aconteceu”, disse em referência à reunião que deveria.
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Questionado sobre o conflito dentro do partido, Baquit foi enfático. "Quem me acompanha sabe que eu disse, eu nunca mudei minha opinião. Não se resolve, não tem saída, não tem espaço para todo mundo lá dentro", disparou, argumentando que a maioria do diretório está com o senador.
O parlamentar estadual reforçou ainda fala de que o partido sofrerá perda de filiados e quadros caso Cid seja afastado do comando da legenda no Ceará. “Anotem o que estou falando, venho dizendo, se o Cid for destituído, como está acontecendo aí, você vai ver a revoada de prefeitos, lideranças e candidatos a vereadores abandonando o PDT”, pontuou.
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Na manhã desta segunda-feira, 2, André realizou reunião no diretório para retornar ao comando da sigla, cargo do qual havia se licenciado após acordo firmado em julho deste ano com o grupo de Cid Gomes. Ao retomar a executiva, Figueiredo cancelou uma reunião marcada por Cid para hoje e anunciou nova reunião a ser realizada nesta quinta-feira, 5.
"Em decorrência dos últimos acontecimentos, tive de retomar o comando do partido. Não tinha vontade de fazer isso, mas os acordos não estavam sendo cumpridos", disse André ao colunista Carlos Mazza, do O POVO, que esteve na sede do PDT durante a reunião.
O deputado estadual Romeu Aldigueri (PDT), líder do governador Elmano de Freitas (PT) na Assembleia Legislativa (Alece), também já se manifestou em solidariedade a Cid. Aldigueri alega que a democracia interna do PDT não estaria sendo respeitada.
"Cid foi retirado do lugar onde tentava construir o diálogo, a unificação partidária, apaziguar ânimos e fazer avançar o projeto de estado sonhado por várias gerações. Importante ressaltar que o pensamento de fortalecer a unidade partidária liderada pelo Senador Cid Gomes representa aproximadamente 80% dos membros do Diretório. A democracia interna não está sendo respeitada, lamentavelmente", escreveu.
A movimentação aprofunda a crise no PDT cearense e ocorre após uma reunião realizada na última sexta-feira, 29, que terminou em briga, gritaria e com aliados de André Figueiredo deixando o local antes do fim, acusando cidistas de “ditadura” interna.
O racha no PDT envolve dois grupos, um composto por nomes como Roberto Cláudio, Figueiredo e o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), que defendem a independência do partido no âmbito estadual e não querem proximidade com a gestão Elmano de Freitas (PT).
Outra ala, composta por Cid Gomes, a maioria dos deputados estaduais e federais do partido defende a manutenção da aliança estadual que estava em curso até o rompimento na eleição do ano passado.